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Casa Píer

Casa Píer
O escritório Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento projetou, em Avaré (SP), a Casa Píer. O terreno, à beira da represa, tem 40 metros de largura e 280 de comprimento. Imagens: Leonardo Finotti e Rafaela Netto
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50 metros em 5

Texto: Naíza Ximenes

Construída à beira da represa de Avaré, no interior de São Paulo, a Casa Píer foi projetada pelo escritório Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento. O proprietário já possuía uma residência no mesmo condomínio, também projetada por Sampaio. A parceria de sucesso levou a este segundo trabalho, cuja essência é a de uma casa de veraneio.

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Diferentemente da primeira experiência, o cliente tinha poucas demandas. O intuito era construir uma casa otimizada para receber convidados e compartilhada pelo proprietário com o irmão e suas esposas. Sem muitas especificidades em relação à arquitetura, os proprietários deixaram a criatividade da equipe de arquitetos fluir.

Com uma abordagem ousada, nasceu o projeto da Casa Píer. A proposta não tinha preocupações significativas em relação à circulação interna, permitindo que a estrutura se baseasse em um grande píer que conecta os blocos da casa.

A distribuição funcional da casa é feita por um píer, um deck. Por isso, o nome da casa. Nós fizemos apenas uma marquise aberta, totalmente suscetível aos ventos e à chuva, porque a ideia era essa, de criar o espaço para o paulistano que sai da capital e vai para o interior. Nós queríamos o máximo dessa interação sensorial e nem todo cliente nos dá essa carta brancaSergio Sampaio, arquiteto do Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento 

O grande e extenso píer é coberto por uma marquise, forrada com ripas de madeira, que conecta os quatro blocos do projeto, que incluem área social, cozinha, duas suítes master (para os dois casais), suítes de hóspedes, área de lazer e garagem.

Outro destaque do projeto foi o método construtivo utilizado. Ao invés de alvenaria, a equipe apostou na taipa para criar as estruturas, utilizando materiais orgânicos para intensificar a conexão com a natureza.

Distribuição funcional

O terreno escolhido tem 40 metros de largura e 280 de comprimento, marcados por um desnível suave — uma diferença entre cotas que foi estrategicamente utilizada para dinamizar a construção.

Isso porque, ao longo do grande píer, os arquitetos colocaram pequenos degraus que acompanham a topografia do local, minimizando a percepção da diferença de altura. A casa foi posicionada mais próxima à água, permitindo uma rampa de acesso para barcos e uma interação visual constante com a represa.

Dos 280 metros de extensão do terreno, os últimos 50 metros foram ocupados pela construção, enquanto o restante foi destinado a áreas gramadas, um pomar e quadras poliesportivas.

píer central da Casa Píer, por onde acontece a circulação central da morada. Há paredes de taipa nas duas laterais e saídas para cada um dos quatro blocos dos dois lados <span height= O grande e extenso píer é coberto por uma marquise, forrada com ripas de madeira, que conecta os quatro blocos da casa


“O projeto nasceu da vontade de fazer algo completamente inusitado, ao invés de construir um edifício num corpo único”, explica o arquiteto Sergio Sampaio. “É como se eu fragmentasse isso em vários corpos, que resultou em quatro blocos autônomos, individualizados e que aparece bem na forma da construção”, ele conta.

A arquitetura, além de ser contemporânea, é marcada por técnicas construtivas artesanais e vernaculares, com bastante mão de obra local. As paredes de taipa, feitas com terra extraída do próprio terreno, são responsáveis pela textura única das paredes, com imperfeições intencionais que variam à medida que o sol incide sobre elas. A utilização desse material garante o contraste com a madeira engenheirada e pré-fabricada, utilizada na marquise e no deck.

Já na área interna, a casa foi projetada com materiais que proporcionam uma sensação de naturalidade e conforto. As paredes, assim com o piso de ardósia negra e as áreas externas em madeira, criam um ambiente que mescla rusticidade e sofisticação.

As áreas íntimas, por sua vez, são propositalmente mais fechadas e escuras, proporcionando aconchego e conforto, enquanto as áreas sociais são amplas, abertas e integradas com a paisagem externa.

“É aquela construção que, por mais que você traduza em palavras e imagens, não tem como compreender”, comenta Sampaio. “Há o sol circulando, o píer, a vivência. O componente do movimento, da luz, da sombra, do vento... são elementos fundamentais para sentir a arquitetura nesse projeto. É uma arquitetura do detalhe”, conclui.

Confira outros projetos de Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento:

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2021
  • Conclusão da obra: 2023
  • Área do terreno: 11.000 m²
  • Área construída: 1.300 m²

Ficha Técnica

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