Localizado entre duas reservas naturais, em uma área privilegiada e protegida de Jericoacoara, nasce o Flow Jeri. O empreendimento que une hospedagem, moradia e esporte, aposta no trabalho remoto como uma realidade e tem como cerne o estreito contato com a natureza. Fruto da união entre Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas (à frente da incorporadora OPY) com empresários americanos e brasileiros, o complexo preza pela integração com a comunidade, materiais naturais e mão de obra local
Em 2019, a convite de um cliente de outro projeto incorporado pela OPY, os arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas deram início à sociedade com empresários brasileiros e um grupo de americanos do ramo de tecnologia que adquiriram uma área de 52 hectares em um famoso cartão postal brasileiro: Jericoacara.
Praticantes de kitesurf, um dos esportes que mais crescem no mundo, o grupo da Califórnia (EUA) buscava uma versão brasileira – e quente – de modelos de vilas americanas atreladas a estações de ski, em que trabalhadores remotos podem passar temporadas e desfrutar de atividades que a região e a estação climática oferecem.
Com implantação ancorada em uma pequena comunidade de pescadores, o projeto do complexo é sustentável e preza pela integração da população local. Preservando a vegetação e as dunas e aumentando as lagoas permanentes, a arquitetura se encaixa nas manchas existentes como forma de contemplação e respeito a esta área fundamental para a manutenção da flora e da fauna nativas.
O empreendimento será constituído por duas principais tipologias: residencial e hoteleira, ambas desenvolvidas a fim de atrair um público apaixonado por esportes radicais e natureza. As vilas habitacionais poderão ser adquiridas por módulos, de acordo com a necessidade do cliente.
A categoria de hopedagens, por sua vez, é dividida em dois hotéis. O de luxo atenderá o público de alto padrão em bangalôs privativos. O outro, mais despojado, formado por um edificio horizontal de dois pavimentos com estrutura de eucalipto, abrigará jovens aprendizes e professores de atividades esportivas de todo o mundo.
De sonho de consumo à realidade, o trabalho remoto é o cerne do projeto, que tem como premissa a busca da qualidade de vida e a proximidade do mar. Por isso, um grande edifício horizontal – centralizado no complexo e posicionado acima de uma lagoa – estabelece o maior dos quatro espaços de coworking. “A ideia é que você saia do mar, faça uma reunião e volte para o mar. Essa é a filosofia”, conta Miguel Pinto Guimarães.
Além da estação de tratamento de resíduos, fazenda eólica e solar para produção de energia limpa independente, conjunto comercial e centro de saúde, uma escola de educação bilíngue também compõe o escopo. O empreendimento terá, ainda, reuso de água, gestão eficiente de resíduos, horta e pomar comunitários.
O conceito oriental wabi-sabi – que valoriza as imperfeições e abraça o envelhecimento dos materiais naturais – orienta o design de todas as construções. Reforçando o conceito proposto, o Flow Jeri tira partido da arquitetura vernacular com uso de paredes de taipa (feitas com terra da região) que proporcionam conforto térmico, alta qualidade acústica e baixo consumo de energia.
Como a ideia é intervir minimamente no ambiente natural e respeitar o ecossistema, palha de carnaúba, madeira, bambu, linho e fibras naturais serão amplamente utilizados e providos por fornecedores das redondezas. Além dos insumos, mão de obra regional e artesãos locais devem participar da construção do início ao fim.
A fim de manter a sinergia entre turismo e responsabilidade social, integrar e conectar a população do entorno, o empreendimento proverá energia limpa, saneamento, e oportunidades em educação e saúde às comunidades vizinhas.
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