Localizado em Brasília, o restaurante Nau, projetado pelo escritório Sandra Moura Arquitetura faz referência à vida do litoral paraibano. “Não ignoramos o mar de concreto que cerca o projeto e lançamos uma âncora na arquitetura institucional da cidade. Assim, ele nasce com a missão de harmonizar a presença do mar dentro da concretude brasiliense”, explica a arquiteta Sandra Moura.
Com estilo contemporâneo, o projeto utiliza o aço cortén ou patinável, como também é conhecido, como um forte elemento presente no restaurante vizinho, o Mangai, também projetado pela arquiteta. Este material reveste quase que a totalidade das fachadas. Nos planos verticais e horizontais, cresce o concreto aparente, formando uma segunda pele. O aço se harmoniza com o concreto dominante. “Procuramos criar um diálogo entre as estruturas, balanceando com diferentes materiais”, revela.
A fachada presente no restaurante foi desenhada com inspiração na palma, que é uma vegetação existente no nordeste brasileiro. Onde o desenho foi rebatido, compondo assim a grelha.
No térreo estão o salão principal, a cozinha e os ambientes de apoio. O subsolo abriga o estacionamento e os equipamentos técnicos, enquanto o andar superior, o mezanino e a área para eventos.
A arquiteta lança dose extra de frescor, em contraponto ao clima seco de Brasília, com a criação de um lago que separa o núcleo do restaurante de uma parte solta, acessada por meio de uma passarela de madeira e aço galvanizado. O acesso convida clientes a visitar as duas estruturas.
Os ambientes são todos integrados e separados por divisórias de madeira e palha que estão integradas ao estilo do mobiliário. As referências ao ambiente marinho compõem o arranjo especial que pode ser visualizado na adega e também nas lâminas de madeira junto às janelas, com a forma de escotilhas. “Transformamos a ida ao restaurante em uma verdadeira viagem náutica”, comenta Sandra.
O conceito universal com desenho contemporâneo, sem esquecer as raízes, foi uma das premissas para a concepção do projeto tanto externo, como interno. A proposta gastronômica do Nau está presente nas ranhuras na parede que simulam escamas de peixes e no projeto luminotécnico, que lança vapor metálico nas cores verde, azul e branca sobre a renda da fachada, atingindo o forro de gesso do salão.
“Com esse conceito, o Nau chega a Brasília com a intenção de levar à capital brasileira um pouco da culinária, da cultura e das referências da vida no litoral”, conclui.
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