Um antigo galpão industrial da Votorantim – situado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo – passou por um complexo retrofit e deu lugar ao State Coworking, um espaço com capacidade para dois mil postos de trabalho, além de um grande auditório, arquibancada, salas de reunião, refeitório, café e ambiente de descompressão.
O escritório contratado para projetar o retrofit do prédio e das instalações foi o paulistano Spol Architects, enquanto o arquiteto Rodrigo Ohtake foi incumbido de planejar a ocupação do espaço e os interiores desse empreendimento que totaliza 6400 metros quadrados.
Os projetos foram desenvolvidos quase que simultaneamente, com a colaboração mútua entre os profissionais, e tinham por objetivo a utilização total do espaço e a máxima preservação da arquitetura original. “Eu quis fazer uma arquitetura marcante, porém muito respeitosa à história desse galpão”, confirma Ohtake.
Convidado a fazer o projeto de paisagismo do empreendimento, Ricardo Cardim trabalhou 100% com biomas brasileiros. Além do jardim externo, Cardim trouxe a vegetação para os ambientes internos, contribuindo para a sensação de bem-estar propiciada aos colaboradores.
Segundo Ohtake, o State é voltado para grandes empresas, que solicitam entre 100 e 500 posições de trabalho. E a cada troca de empresa faz-se necessário mudar o layout. “Portanto, não há planta fixa. Principalmente no pavimento inferior que muda com muita frequência por causa dos eventos”, diz o arquiteto.
O primeiro nível do galpão recebeu um grande piso elevado, sob o qual passa toda a infraestrutura de elétrica, possibilitando ao cliente movimentar as mesas da forma que achar melhor. No nível superior, fica um aquário de vidro com dez salas de reunião de diversos formatos.
Como a ideia era fazer uma intervenção arquitetônica que respeitasse a história do galpão, as paredes não foram pintadas. “As sujidades foram mantidas, assim como as janelas com os vidros martelados e os caixilhos originais”, conta Rodrigo Ohtake.
Para enfatizar ainda mais o estilo industrial, os arquitetos usaram materiais metálicos, como a estrutura do mezanino, que foi feita em poucos dias. Seguindo a mesma linha, o auditório é um grande cubo preto.
Um dos desafios do projeto foi repensar o coworking em um contexto de pós-pandemia. “Teve uma troca muito grande entre nós arquitetos e o cliente, e o que procuramos fazer foi espaçar um pouco mais as mesas e ter mais sala de reunião aberta. E ter no presencial aquilo que realmente é essencial. E o essencial não é tanto a pessoa trabalhando no seu posto de trabalho, mas sim o encontro entre as pessoas. Por isso criamos mais espaços de convivência e de troca e menos mesas”, pontua Ohtake.
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