Uma morada de veraneio, despojada, integrada à piscina e ao jardim com amplos espaços de convívio externo. Foram essas as características desejadas para a Casa do Laranjal, de acordo com o arquiteto Otávio Riemke, fundador do escritório RMK! Arquitetura e responsável pelo projeto arquitetônico.
A residência recebeu esse nome ao ser implantada em um terreno de 900 m² na Praia do Laranjal, próxima à cidade de Pelotas (RS). A localização também influenciou no programa estrutural. “Pelotas é extremamente úmida. A ideia de suspender a casa do solo nasceu dessa peculiaridade e forjou a identidade do projeto”, revela o autor.
O modo como a Casa do Laranjal está suspensa tornou-se o seu diferencial, deixando-a assim integrada com a piscina, a varanda e a churrasqueira. Para a arquiteto, esse efeito foi o mais difícil de ser alcançado durante as obras, pois foi preciso trabalhar todas as zonas sociais na porção frontal do lote.
Uma das soluções encontradas foi esconder as garagens e as áreas técnicas, deixando os espaços de convivência unidos à residência como um todo. O acesso principal à casa, por sua vez, se dá pelo eixo longitudinal.
O volume principal do projeto abrange a mesma porção que a área de lazer ocupa do lado externo. A varanda é responsável pela integração do interior com o exterior, criando mais conexão entre os dois lados. O deck de madeira é o ápice desse espaço, uma vez que a sua amplitude liga todos os cantos, integrando-os.
Riemke criou uma obra informal, com linhas minimalistas, utilizando materiais naturais. Para isso, criou uma estrutura de aço, vidro e madeira, que serve de abrigo às intempéries e, quando necessário, permite que os moradores possam desfrutar confortavelmente do ambiente durante dias mais quentes.
Além disso, devido à orientação solar, o escopo da casa está voltado para o jardim externo no fundo do terreno. Um volume prismático foi criado para suportar a estrutura e apoia-se em balaço sobre as colunas de concreto, fazendo com que o corpo da residência fique elevado ao nível das áreas de paisagismo. “O projeto conta com esquadrias de alto desempenho e vidros duplos 22 mm”, completa o arquiteto.
A volumetria foi elaborada para compor a área envidraçada na parte do lazer, criando um contraste com o setor onde estão os dormitórios, ou seja, a área mais privativa. Para esse campo, utilizou-se painéis de móveis de madeira que permitem o escurecimento dos ambientes e proporcionam ventilação e opacidade interna.
Já o projeto de interiores é discreto e atemporal. Riemke abusou da integração dos ambientes para deixá-los mais livres e ventilados. Com um fator propício para embelezar a sala de estar: a lareira, que oferece alto rendimento e calefação.
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