O projeto de ampliação de uma escola particular na Vila Olímpia deu vida – a partir da reforma de dois galpões existentes – a uma nova unidade de ensino médio. Construídos em lotes próximos, as edificações foram integradas aos recuos laterais para a criação de espaços de circulação abertos, amplos e funcionais.
“O grande diferencial do projeto é a estruturação racional dos espaços de circulação, organizados em torno da rua interna criada entre os dois galpões. Através das passarelas, corredores avarandados e grandes aberturas, buscamos também a interpenetração entre os espaços internos e externos”, explica a arquiteta responsável pelo projeto Juliana Fiorini – do escritório Verso Arquitetura. “A partir das edificações existentes, reestruturamos sua espacialidade. A ampliação da área, para comportar mais salas de aula e uma quadra poliesportiva, ocorreu através da verticalização com estrutura metálica independente, executada envolvendo externamente um dos antigos galpões, de modo a preservar o pavimento térreo pré-existente”, completa.
Juliana também ressalta a disposição dos ambientes da escola, que se encontram voltados para a rua ou eixo de circulação. As paredes laterais dos galpões foram todas demolidas no térreo. “Com isso, definimos em um dos lados da rua interna o pátio coberto integrado ao refeitório. Na outra extremidade, abrimos espaço para área de circulação coberta e aberta, com acesso às salas de uso comum”.
As áreas de convívio e uso comum foram instaladas no térreo. Já o primeiro pavimento abriga as salas de aula regulares. A quadra e as salas de atividades corporais se encontram no segundo pavimento. “Setorizamos o programa por pavimentos: o térreo é composto por laboratórios, cantina, pátios descobertos, grêmio, biblioteca e anfiteatro. O primeiro e o segundo andar também contam com banheiros e vestiários. O layout da biblioteca e do laboratório de informática foi definido pela integração com portas de correr – visando à flexibilização da divisão e dos usos”, destaca a arquiteta.
Duas faces das salas de aula recebem vãos amplos e abertos para a entrada de ventilação cruzada e luz natural. Cobertas, as varandas de circulação que envolvem as salas são protegidas contra a incidência solar direta garantindo ambientes agradáveis.
A verticalização dos galpões amplia a escola. As estruturas de concreto descascadas destacam o material aparente, uma vez que muitos pilares precisaram ser mantidos. “A edificação nova foi erguida com estrutura independente de aço, executada de forma rápida. As lajes foram feitas de concreto; e os fechamentos, de alvenaria leve”, explica.
A fachada recebeu brises ripados de madeira e cogobós de concreto (no fechamento frontal da escada) e alvenaria. “Procuramos utilizar elementos e materiais leves visualmente, executados de forma a dar certa leveza e translucidez à fachada. A textura e cor de materiais ‘quentes’ como a madeira também foram aplicadas com a intenção de funcionar formalmente como contraponto à predominância do aço na estrutura aparente da edificação”, enfatiza Juliana.
A arquiteta destaca o uso de móveis com desenho minimalista e de cores básicas como branco e madeira clara. “Alguns móveis e equipamentos foram empregados com o objetivo de romper a monotonia da organização racional e minimalista dos elementos básicos, como as cadeiras coloridas e luminárias pendentes redondas da biblioteca. Os balcões de atendimento de todos os ambientes foram desenhados e executados sob medida. As mesas e bancos da cantina foram executados em madeira, também como contraponto à "frieza" da estrutura metálica e do branco predominante”, conclui.
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