Situada em São José dos Campos (SP), a Casa Kovacs foi projetada pelo arquiteto Jorge Pessoa (Pessoa Arquitetos) em parceria com as arquitetas Catherine Otondo e Marina Grinover (Base Urbana) para um casal de idosos que, cansados de morar em um apartamento, queriam um lar mais aconchegante.
É uma casa muito iluminada e ventilada. Inclusive pela idade dos moradores, deveria ser fácil de se viver e prática, então, a arquitetura é muito simples Jorge PessoaPor conta da idade dos moradores, havia a necessidade de a morada ser térrea e estar adaptada para pessoas com mobilidade reduzida. Portanto, todo o seu programa básico foi organizado no mesmo pavimento, com exceção do ateliê, localizado no andar inferior.
A Casa Kovacs está implantada em um lote de esquina de 625 m², com um declive total de 5 m. A face sul, parte baixa do lote, é de frente para a área verde do condomínio e, de acordo com o arquiteto, é a melhor vista do local.
O casal de moradores, uma artista plástica e um conceituado projetista de aviões, morou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em uma casa projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, e desde então tinha o desejo de ter uma residência com arquitetura moderna, com espaços integrados, iluminados por grandes panos de vidro e bem ventilada.
Para conseguir uma boa insolação em todos os ambientes, foi definido que um pátio descoberto central organizaria todo o programa da casa.
A entrada ficou na parte alta do terreno e é marcada por uma laje maciça de concreto, com pé-direito de 2,3 m, que cobre a garagem, a área de circulação principal e a cozinha.
A diferença entre o pé-direito desta laje e a de painel, que cobre os demais ambientes, gerou uma abertura horizontal e alta que proporcionou ótima iluminação e ventilação. Até os banheiros são iluminados e ventilados da mesma forma.
“É uma casa muito iluminada e ventilada. Inclusive pela idade dos moradores, deveria ser fácil de se viver e prática, então, a arquitetura é muito simples. É uma forma de paralelepípedo que cria uma intensidade formal e se destaca das outras casas do condomínio que são, na sua grande maioria, uniformes”, comenta Pessoa.
A sala de estar é toda envidraçada, então a entrada de luz e vento é abundante. Mesmo com os vidros fechados durante o dia, é possível ter abertura nas partes superiores.
Para a volumetria da Casa Kovacs buscou-se uma forma simples, mas que ao mesmo tempo contrastasse com as demais residências do condomínio. Os grandes panos de vidro na fachada proporcionam a desejada transparência e um grande jardim totalmente aberto para a rua.
Para a composição do projeto, procurou-se uma economia de elementos. A estrutura ganhou soluções simples, como os pilares de concreto aparente que sustentam o bloco das salas, conferindo leveza à fachada principal. Para o restante, optou-se por uma estrutura convencional de pilares, vigas e alvenarias de vedação.
O arquiteto explica que o concreto aparente foi utilizado no interior da casa em pilares, laje maciça, laje painel e mobiliário. “Esse material completa a composição, a marcenaria feita sob medida, os caixilhos de alumínio na cor cinza e o piso de ladrilho hidráulico vermelho que percorre todos os ambientes”, complementa.
A marcenaria em concreto foi desenhada pelo filho do casal, Otavio Kovacs.
O programa básico da residência, para melhor acesso dos moradores, foi organizado no primeiro pavimento: sala de estar e jantar, cozinha, lavanderia, banheiros e os três dormitórios (incluindo a suíte do casal).
Uma escada no canto da sala de estar leva para o andar inferior, onde está localizado o ateliê da moradora.
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