Texto: Juliana Nakamura
Projetada por Luiz Paulo Andrade para ocupar um terreno de 4 mil m² no interior paulista, essa residência reflete as transformações sociais e econômicas provocadas pela pandemia de Covid-19. Diante da possibilidade de explorar o trabalho remoto, o jovem casal proprietário, pais de três crianças, buscou um lugar onde fosse possível viver em sintonia com a natureza, receber familiares com conforto e desfrutar de momentos de lazer com segurança.
Nas mãos de Luiz Paulo Andrade e de sua equipe, as demandas do casal se transformaram no desenho de uma casa térrea com planta quadrangular. O extenso programa, que inclui sete suítes, se organiza em torno de um pátio aberto que articula toda a circulação. “O resultado é um jogo de espaços internos e externos, jardins e áreas cobertas interligadas a todos os ambientes”, resume o arquiteto.
A implantação tira partido da suave inclinação do terreno, com a maior parte dos espaços situada na cota mais alta. A decisão de alocar a área social levemente abaixo das áreas privativas permitiu a construção de um pé-direito de 4,5 m, medida suficiente para favorecer a ventilação, mas não muito alta a ponto de tornar o espaço impessoal.
O grande salão abriga múltiplas funções. Junto ao living estão cozinha, churrasqueira e sala de jantar que se conectam e se voltam para a piscina – cuja raia acompanha quase toda a extensão de uma das fachadas. O objetivo era criar uma casa que privilegiasse a convivência. Daí a opção pela integração, em vez da compartimentação.
A construção da Residência em Indaiatuba prevê a combinação de diferentes sistemas estruturais. No bloco íntimo, oferecendo uma condição extra de conforto termoacústico, os volumes têm paredes de alvenaria estrutural e cobertura com laje impermeabilizada e telhado. Já na área social, onde os vãos são mais generosos, a cobertura leve se apoia em uma sequência de vigas alinhadas de madeira laminada colada (MLC), de forte impacto visual.
Andrade conta que tem estudado bastante a madeira engenheirada do ponto de vista técnico e financeiro. “Trata-se de uma solução interessante não só pelo resultado estético, mas também por racionalizar as obras, diminuir prazos de execução e minimizar desperdícios”, explica.
Pilares de aço de seção bastante esbelta complementam o esquema estrutural nos locais onde a cobertura não se apoia diretamente na alvenaria. Nas faces voltadas para o verde e para a piscina, o fechamento se dá por panos de vidro e caixilhos com portas de correr de 3 m.
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