Com uma experiência muito rica em projetos educacionais, o escritório Rede Arquitetos foi convidado a projetar a Escola Educar II SESC, situada em Fortaleza (CE).
O complexo foi estudado dentro de uma lógica de racionalização dos materiais, coordenação modular e industrialização da construção – da estrutura às vedações –, facilitando o processo de obra e diminuindo os prazos de execução.
Com mais de 14.000 m², o projeto previu maior integração entre os alunos e grandes espaços que priorizam o acolhimento e estimulam a criatividade.
O desejo da diretoria era um layout fluido composto por blocos didáticos (para ensinos infantil e fundamental I e II), um auditório, um bloco para atividades extracurriculares, um refeitório e a reforma do ginásio preexistente – uma capela, um ginásio e uma edificação antiga que foi demolida para a construção do novo edifício.
Os edifícios se distribuem não como blocos isolados, mas como um sistema regido pela lógica construtiva e distribuição programática. Sua implantação ocupa os vazios das estruturas existentes no terreno, distribuindo o programa, conectando os acessos e direcionando os fluxos.
O bloco didático, de maior área, ocupa o acesso principal a oeste e marca a entrada. A partir dele, o fluxo interno vai se distribuindo para as demais partes do programa, com o acesso de serviço acontecendo mais a sul a partir de um dos acessos secundários.
Essa ocupação do terreno, por sua vez, se dá de forma porosa, criando vazios que geram pátios internos e marcando acessos com angulações que quebram a rigidez da malha estrutural.
A convivência surge como condicionante e norteador da distribuição do programa de necessidades. Segundo os arquitetos, tão importante quanto os espaços construídos, foram os vazios criados, que foram os responsáveis por ambientes de convivência. O pátio interno, onde se encontra a rampa e o extenso parque linear na porção norte do terreno, une os diferentes setores do complexo escolar.
A coloração do prédio entra como um elemento central, que demarca os acessos, diferenciando-os das demais partes do programa, além de atuar como um guia dentro da neutralidade do branco que predomina nos espaços.
A estrutura metálica foi pensada a partir da modulação de 1,20 m e vence os grandes vãos, sobrepondo peças para a montagem dos espaços internos, com as lajes steel deck sobre vigas metálicas e forros tipo colmeia, além das segundas peles de brises horizontais que protegem os ambientes internos da insolação direta e criam um padrão para o invólucro do edifício.
O conforto térmico foi proporcionado graças à ventilação natural nos ambientes de circulação vertical e horizontal. Além disso, os pátios criados trazem a vegetação para dentro do edifício, melhorando a umidade do ar.
Assim, o bem-estar dos alunos, professores e funcionários é garantido por ambientes ergonomicamente confortáveis, com abundante entrada de luz natural e ventilação, e reforçado pela estreita relação entre espaços construídos e áreas verdes de socialização. As salas de aula possuem esquadrias nas paredes opostas, permitindo a ventilação cruzada e evitando acúmulo de CO2 nos seus ambientes internos.
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