Com o projeto arquitetônico definido e aprovado na prefeitura pelo arquiteto Luiz Alberto Borges de Macedo, o escritório Realiza Arquitetura ficou responsável pela definição estética e solução executiva do Edifício Comercial Eurobusiness, localizado em Curitiba (PR). Ao agregar os conceitos sustentáveis da equipe de Guido Petinelli, o empreendimento conquistou a certificação LEED Platinum.
De acordo com o arquiteto Antonio José Gonçalves Jr., diretor técnico do Realiza Arquitetura, as soluções técnicas foram exaustivamente estudadas para resultar em um design que oferecesse beleza e alto desempenho energético à edificação.
Em simulações no computador, vários tipos de vidros foram testados em conjunto com a análise das dimensões das alvenarias, até se chegar ao equilíbrio desejado. “Trabalhamos as fachadas para reduzir o uso de aparelhos de ar-condicionado e de iluminação artificial. Por isso, adotamos o fechamento envidraçado”, expõe Gonçalves Jr. sobre os principais destaques do edifício comercial: visual e sustentabilidade.
O grande desafio era distribuir o programa do Edifício Comercial Eurobusiness – 16 pavimentos, térreo e três subsolos –, dentro de um terreno de 3,5 mil m², estreito e sem profundidade.
Por conta disso, a geometria da torre se estende no sentido longitudinal, configurando a extensa fachada de 65 metros de comprimento. Além disso, a torre acompanha a inclinação da rua, e soma a diferença equivalente a 5 metros de uma ponta a outra da edificação. Essa variação viabiliza a opção pelo pé-direito duplo nas áreas do térreo, como as lojas com mezanino e o lobby.
Os materiais aplicados na fachada foram essenciais para garantir o conforto térmico e acústico do complexo comercial, além de contribuírem para o atendimento da proposta sustentável.
Conhecido como structural glazing, o vidro especificado para o projeto do Edifício Comercial Eurobusiness possui propriedades que obstruem o som e, sobretudo, atendem ao desempenho térmico. Essa escolha leva mais luz natural aos ambientes, sem aquecê-los, o que consequentemente, reduz o consumo de energia elétrica ao dispensar o uso de aparelhos de ar-condicionado. “No mais, o sistema de iluminação utiliza luminárias que reduzem o consumo de energia em mais de 30%”, quantifica Gonçalves Jr.
Segundo Petinelli, sócio-diretor da empresa de consultoria em construção sustentável que leva seu nome, a redução média de consumo de energia para os projetos brasileiros certificados é de 22%. Já o Eurobusiness alcança 50%, ou seja, mais que o dobro da média nacional.
Além das janelas maxim-ar, a fachada também possui parapeitos de alvenaria – revestidos de cerâmica branca – para proteção solar das faces lateral, posterior e principal, ao contrário da frente sul, que segue completamente recoberta pela pele de vidro. “Esteticamente, essas faixas retilíneas sugerem a ideia de velocidade e, em alguns pontos, elas ultrapassam o corpo do edifício”, descreve Gonçalves Jr.
Outra grande inovação do Edifício Comercial Eurobusiness é o telhado verde, cujo sistema conhecido como laminar alto faz a captação de água pluvial e o tratamento das águas cinzas para reutilização em descarga de vasos, limpeza externa e irrigação do jardim. “Essa tecnologia reduz o consumo de água limpa e trata a água de esgoto”, cita arquiteto Antonio José Gonçalves Jr.
A filtragem é feita na cobertura do edifício, através de mecanismos biológicos, como a vegetação, que coletam os nutrientes e inserem oxigênio na água. São 9 mil cones de polipropileno conectados entre si e com vários furos, para que as raízes das plantas tenham contato com o líquido a ser tratado. Esse método também forma um piso elevado, que suporta o trânsito de pessoas pelo local e permite a utilização do espaço como uma área de convivência, por exemplo.
Mesmo com a redução do uso de ar-condicionado, o prédio dispõe do sistema VRV-IV que integra refrigeração, aquecimento, ventilação e água quente através da recuperação de calor. A partir dele, o calor residual do arrefecimento das unidades pode ser reutilizado para produzir água quente, assim como fornecer calor às outras divisões, aumentando a eficiência energética e reduzindo as emissões de carbono.
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