A Residência 65 foi inspirada na arquitetura modernista da terceira fase, sobretudo nas casas de Richard Neutra, que esbanjavam uma geometria simples, com estrutura racional e muitos panos transparentes. É dessa forma que o projeto arquitetônico concebido pelo escritório RDP Arquitetura e Paisagismo se concretiza. Integrada aos jardins através de caixilhos e do vidro, a casa térrea demanda baixo consumo de energia, além de reduzir os custos de execução da obra em função dos acabamentos escolhidos.
Para alcançar a eficiência energética, o posicionamento da Residência 65 foi fundamental. Isso porque o formato em “U” permitiu a centralização da piscina – que é vista de quase todos os pontos da casa – e a criação de vãos livres de até 16 metros. “Eles foram obtidos graças às vigas invertidas, que eliminam a necessidade de pilares”, conta a arquiteta Fernanda Schmidt.
De acordo com ela, essa configuração promove a ventilação cruzada de diversos ambientes, reduzindo a carga térmica da edificação. Com a instalação de caixilhos, gerando grandes aberturas, o conforto térmico é ainda mais intensificado. “O imóvel está localizado em Campo Grande/MS, uma cidade de clima seco e longo período de estiagem. Por isso, nos preocupamos em oferecer uma morada com temperatura natural agradável, na qual o uso de ar-condicionado é mínimo”, explica.
Esse método já se manifesta na garagem, que acomoda quatro vagas para automóveis e a oficina de motos do proprietário – uma das solicitações dos clientes. Tirando partido do pórtico da fachada, a área recebeu um portão de alumínio vazado, que permite a ventilação permanente e dispensa o uso de laje de cobertura de concreto. Na parede oposta à garagem também há aberturas. Além disso, a piscina – revestida de pastilha verde e sem iluminação – funciona como um espelho d’água durante o dia e à noite, garantindo a umidade dos espaços. Assim, o ar é sempre renovado ao longo da casa.
Consequentemente, o posicionamento da Residência 65 e os panos de vidro também garantem aos ambientes maior incidência solar durante o dia. Quando necessária, a iluminação artificial minimiza o consumo de energia devido à utilização de lâmpadas de LED e fluorescentes de alta performance.
Segundo Fernanda Schmidt, os proprietários estabeleceram um custo máximo para a construção da casa e um prazo de 11 meses para desenvolvimento do projeto e execução da obra. Isso foi cumprido a partir da compatibilização tanto do projeto de instalações e da estrutura quanto da otimização dos materiais de acabamento.
Foram utilizadas somente pedras brasileiras, como mármore Espírito Santo nos banhos e granito São Gabriel na cozinha e nas bancadas externas. “Assim como os tijolinhos aparentes da fachada e da parede da sala, esses materiais são provenientes de extrações da própria região”, afirma a arquiteta.
O concreto estrutural reveste todas as platibandas e os pórticos da Residência 65, enquanto as paredes externas e os muros recebem textura cinza, o que garante conforto visual ao reduzir a alta reflexão de luz, típica do Centro-Oeste do país.
Como nos conta a arquiteta Fernanda Schmidt, foram garantidos quase 50% de área permeável do terreno. Essa área foi ajardinada com plantas perenes e de fácil manutenção, na sua maioria espécies nativas, como o ipê-rosa, as jabuticabeiras e a pitangueira. “O porte dessas plantas garantiu a volumetria e a redução de incidência solar”, indica ela, acrescentando que a irrigação da área é automatizada, de modo a controlar o consumo de água.
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