Os proprietários da Casa Lasso desejavam uma residência aconchegante para os dias de descanso e com vistas perfeitas para a paisagem natural da floresta, que fica na província de Cotopaxi, no Equador. Por isso, convidaram a equipe do escritório RAMA estúdio para desenvolver o projeto dos sonhos.
Os arquitetos consideraram os critérios de uma arquitetura sustentável, explorando técnicas tradicionais de construção, materiais e mão de obra locais. Além disso, priorizaram a orientação dos ambientes e a conexão entre interior e exterior.
As cinco paredes autoportantes foram inseridas paralelamente, no sentido longitudinal do terreno. Elas são responsáveis por proteger a casa de fortes ventanias, além de formarem uma fachada cega que contribui para o conforto térmico no interior da casa.
Cada parede foi construída com 40 cm de espessura e com contrafortes de 80 cm que foram distribuídos de acordo com as necessidades estruturais.
A cobertura em duas águas tem cumeeira sobre uma viga treliçada monumental e está apoiada sobre uma das paredes autoportantes da casa.
O espaço junto à viga proporcionou um pé-direito suficiente alto para a implantação de um mezanino, que deu origem a uma sala privativa. Do espaço é possível contemplar a linda paisagem da floresta.
As paredes de taipa sustentam as vigas de madeira que, na fachada principal, possuem uma diferença de 70 cm do nível da cumeeira. Essa distância permitiu grandes aberturas zenitais, preenchendo todos os espaços da casa com abundante iluminação natural.
A eliminação das paredes permitiu a colocação de portas pivotantes, que subdividem os ambientes de acordo com as necessidades dos moradores – quando abertas, conectam o interior e o exterior e, quando fechadas, proporcionam privacidade. Ademais, assumem a função de isolamento térmico.
A área social encontra-se aberta em suas duas extremidades: de um lado a fachada frontal e do outro a cozinha que se estende até o deck externo com fogão. A área íntima é composta por dois dormitórios, sendo um coletivo com seis camas embutidas na parede – aproveitando os espaços – e o segundo a suíte principal. Ambos podem ser integrados quando os painéis pivotantes encontram-se abertos.
No centro da residência está a lareira, ambiente ideal para a socialização da família. Além disso, o elemento orienta e articula os espaços, já que conecta a área de íntima com as áreas sociais.
“A lareira fica no ponto mais baixo da casa, nossa intenção foi enfatizar a ideia de acolher, reunir a família”, explica o arquiteto Felipe Donoso.
O projeto possui sistemas internos de reaproveitamento de águas cinzas e águas pluviais, além disso está desconectado da rede pública de esgoto.
A floresta de eucalipto ocasiona a infertilização do solo, impedindo que qualquer outra espécie de vegetação possa crescer sobre o local. Para fugir dessa limitação, os arquitetos decidiram criar pequenas ilhas de vegetação nativa. “Essas ilhas deverão se fortalecer com o passar do tempo até tomar conta de todo o terreno, eliminando os eucaliptos intrusos”, finaliza o arquiteto.
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