A jabuticabeira de 40 anos que fez parte da infância da proprietária foi transportada do quintal de sua casa para o interior do estado do Paraná, na cidade de Londrina, recebendo destaque e ordenando a construção da casa ao seu entorno. Os responsáveis pela implantação são os arquitetos da Raffo Arquitetura. “Nós buscamos adaptar as necessidades funcionais dos moradores e criar um diálogo claro entre os elementos naturais e a moradia”, conta o arquiteto Lucas Raffo.
Construída em “L” a obra desenvolve-se em torno de uma árvore de jabuticabeira, tendo toda sua área social e parte da área intima aberta ao sol da manhã. “Os fluxos internos são bem definidos, separando área íntima de área social e de serviço. Os volumes sobrepostos também evidenciam essa diferenciação de forma marcante na fachada”, relata o profissional.
“Criamos uma escada externa que permite acessar a área íntima no piso superior a partir da área social, sem a necessidade de passar por dentro da casa. Ela ainda possibilita alcançar as jabuticabas na parte superior da árvore”, comenta Lucas.
O jogo de volumes e texturas, conceito que norteou o projeto, evidencia a setorização entre o bloco mais alto e o mais baixo. As aberturas irregulares na fachada dão dinamismo, desenhando-a de acordo com o uso dos ambientes internos.
“Além de a fachada compor com contrastes de textura, o revestimento de porcelanato tem o papel de oferecer grande vida útil em comparação a simples coberturas de tintas. Já a cor branca lisa no restante da edificação ajuda no combate à absorção de calor e confere elegância ao volume”, explica o arquiteto.
Os arquitetos propuseram minimizar o impacto já causado pela construção e pensaram em uma forma de valorizar a iluminação e ventilação naturais, criando grandes aberturas a leste, onde há sol ameno ao longo do dia.
“Na área norte, um jardim linear foi criado para acompanhar os ambientes do piso superior, funcionando como um rebatedor de luz difusa para dentro dos espaços. Durante a noite, a iluminação interna é projetada para fora, ressaltando os desenhos das aberturas irregulares”, relata. Lucas completa dizendo que “não projetamos a luz no edifício, é a luz dele que é projetada para fora”.
Os materiais que predominam em toda a casa são: tijolos, vidro e concreto. “A proprietária não queria o uso de madeira, então a solução foi trabalhar os tons preto e branco com outros tipos de mobiliário e com algumas intervenções de cores nos acessórios, como tapetes, quadros e outros”, finaliza Lucas Raffo.
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