Então, o resultado foi uma arquitetura contemporânea com clara influência moderna brutalista, resultante do próprio perfil do escritório PJV Pablo José Vailatti
O que norteou a concepção da Casa E foi uma das noções de projeto do arquiteto espanhol Hélio Piñon. Segundo ele, o desenvolvimento de um projeto arquitetônico deve passar por três etapas: estrutura, cobertura e fechamento. Sendo assim, após alguns estudos de volume e de medidas, o escritório PJV Arquitetura definiu o esqueleto da residência em concreto aparente, tal como a cobertura da laje em concreto maciço e a vedação com painéis ora de vidro ora de alvenaria na cor branca.
A ideia era criar uma casa praiana, com construção econômica mas que resultasse em um design moderno. Além disso, os ambientes deveriam desfrutar de muita iluminação e ventilação natural.
De acordo com o arquiteto Pablo José Vailatti, o curioso do projeto da Casa E é que os clientes não solicitaram nenhum tipo de arquitetura em especial. “Então, o resultado foi uma arquitetura contemporânea com clara influência moderna brutalista, resultante do próprio perfil do escritório PJV”, afirma.
Vailatti conta que, após a primeira reunião com os clientes, a concepção da residência se deu de maneira extremamente simples. Optou-se, logo de início, por não encostar a edificação em nenhum dos lados do terreno, que tem 12 m de largura e 24 m de profundidade. Isso propiciou iluminação e ventilação abundantes em todos os ambientes da morada. Tal desempenho, aliás, foi intensificado pelas grandes aberturas e uso de vidros, brises e pé-direito duplo na área social.
Apesar de ser protagonista da expressão arquitetônica da Casa E, a estrutura de concreto foi a principal dificuldade do projeto. Isso porque a mão de obra local tinha pouquíssima experiência na execução deste tipo de estrutura sem revestimentos. “Mesmo assim, alcançamos um resultado interessante”, expressa Vaillati.
As fachadas foram construídas a partir de uma estrutura portante, formada por pilares, vigas e lajes em concreto armado. Como explica o arquiteto, esse esqueleto robusto criou quadros, que foram fechados com painéis de vidro temperado e, em outros casos, com paredes de alvenaria na cor branca.
Em contrapartida, a estrutura foi coberta com uma laje em concreto maciço, a qual foi recortada sobre o terraço do segundo pavimento. Essa superfície recebeu impermeabilização com manta asfáltica e sobre ela foi executada uma camada de contrapiso como proteção mecânica. Sobre ele, foi colocada uma camada de 15 cm de argila expandida, que auxilia no conforto térmico dos ambientes.
Para a textura dos pilares e vigas, foi utilizada a madeira de pinus com as ripas padronizadas na largura de 10 cm. Sem acabamento, esses elementos expõem as marcas e ranhuras do material bruto.
Já nos tetos foram utilizadas chapas de madeirite plastificada, que deixam o aspecto final do concreto mais liso e criam peças maiores se comparado ao acabamento das vigas e dos pilares.
Criando um constraste modesto, as esquadrias de vidro temperado ganharam perfis de alumínio na cor preta, cujo material também foi utilizado para executar os guarda-corpos, os brises, os portões e o tubo da chaminé da churrasqueira. “Esses elementos buscam impactar o mínimo possível na estrutura de concreto, apenas ‘tocando-a’”, expõe o arquiteto.
A Casa E foi projetada em dois pavimentos, de modo que o superior acomoda duas suítes, as sacadas e o terraço frontal, enquanto o pavimento térreo abriga as áreas sociais, de serviço e a garagem.
Todos os ambientes sociais do térreo (hall de entrada, escada, sala de estar, sala de jantar e cozinha) são integrados e possuem na área de estar um pé-direito duplo com 6,5 metros de altura. O acesso ao pavimento superior ocorre por meio de uma passarela, que segue conectada ao estar através deste vazio.
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