Com mais de 9 mil m², o complexo da Inteli – localizado no prédio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – se constitui por três edifícios longilíneos conectados por um extenso deck bem provido de vegetação. Por Pitá Arquitetura.
A entrada principal conduz a chegada dos usuários através de uma marquise até o prédio 06 (do refeitório), onde se encontra uma grande área de alimentação coberta com iluminação zenital, decks de madeira, sala wellness e apoio pedagógico aos alunos e família.
Permeando este edifício, um grande jardim com um espelho d’água conecta o refeitório ao edifício educacional onde se encontram uma praça central, cafés, biblioteca, laboratórios, ateliês de aula, espaços de autoestudo e suporte ao aluno, auditório, salas de reunião e de coordenadores.
A partir da análise do instituto e do programa do cliente, a essência do projeto surge do objetivo de refletir toda a pedagogia e metodologia de ensino da nova universidade no espaço construído. A proposta de ensino da Inteli é usar a metodologia ágil, comum no ambiente corporativo principalmente entre empresas de tecnologia, como uma das bases da metodologia de aprendizagem.
“O partido arquitetônico se apropria dos conceitos da “metodologia ágil” para fazer das salas de aula um manifesto educacional, descontruindo o que é uma sala de aula tradicional para assim refletir a proposta de ensino ágil e inovador”, conta o arquiteto Antonio Mantovani.
Os ateliês foram pensados para descentralizar a figura do professor, colocando os alunos também como protagonistas do seu próprio ensino e futuro. Para isso, nenhuma das salas possuem quatro lados, em todas as paredes temos espaços para escrever e projetar e eliminar a noção de “frente e fundão”.
O partido arquitetônico se apropria dos conceitos da “metodologia ágil” para fazer das salas de aula um manifesto educacional, descontruindo o que é uma sala de aula tradicional para assim refletir a proposta de ensino ágil e inovador Antonio Mantovani
O professor em cada ateliê tem sua mesa em posição diferente em cada sala, sempre entre as mesas dos alunos, para que a interação seja estimulada de maneira espontânea. O ensino é divido em parte teórica, autoestudo e parte prática.
Os alunos de diferentes cursos nos primeiros anos têm a mesma base de conteúdo enquanto trabalham em grupos de oito pessoas durantes sprints resolvendo problemas reais para ongs e outras instituições.
Dentro dessa dinâmica de aula as mesas trapezoidais foram desenvolvidas de maneira que quando unidas oferecem nove lados, sendo capazes de resolver as seguintes premissas: todos os alunos se verem, verem o professor e as paredes de projeção; mesas que pudessem dar maior espaço útil dentro dos ateliês; e possibilidade de televisores móveis e rebatíveis na ponta para que a comunidade possa criar outros tipos de interações entre grupos, professores e outros lugares do mundo.
A volumetria do projeto interna nasce primeiro do potencial construtivo do edifício, com a possibilidade de aumentar dois novos andares, mas com um térreo sem iluminação a ideia foi criar vazios na periferia das lajes a fim de que a iluminação natural entrasse em abundância também no pavimento térreo.
Os volumes verticais das paredes e a relação, ora hora em uma praça ampla e aberta e ora em um corredor muito próximo, da cobertura e estrutura do prédio vem da proposta de criar um ambiente simples e amigável, porém rico em descobertas espaciais, a fim de estimular a plasticidade cerebral e criatividade dos usuários. Eles atuam também como princípio de marcar muito bem e com respeito o que é nova construção e o que é recuperação da edificação existe.
Escritório
Termos mais buscados