O projeto arquitetônico batizado como O tempo em que vivemos, localizado no Canto da Lagoa, em Florianópolis/SC, faz jus ao nome. De autoria do escritório Pimont Arquitetura, a construção contemporânea nasceu do desejo dos moradores de ter uma casa que se erguesse ao redor da piscina.
Com essa premissa em mãos, os arquitetos fizeram uma leitura do terreno e de seu desnível, resultando no partido da residência como um volume em balanço sobre a garagem, apoiado na ponta mais alta do lote.
A fachada principal conta com uma passarela feita de madeira. Ela reforça a imagem de um volume que flutua sobre o terreno. A árvore da entrada já existia e foi escolhida como a marcação natural para a casa.
O ripado que cobre a fachada frontal protege a sala de jantar do sol da tarde, mas ainda assim permite a entrada dos raios de sol no período da manhã. “Reforçamos a volumetria com a aplicação de materiais naturais, como tijolo, pedra e madeira, intensificando os planos e volumes que definem o projeto”, relata o arquieto Henrique Pimont.
Foi a análise das condições climáticas e urbanas, nas quatro laterais do terreno, que determinou a distribuição dos ambientes. O escritório buscou o posicionamento e a orientação mais adequados a cada um deles.
Por conta disso, os dormitórios ficam voltados ao oeste, sobre a piscina, e têm vista para o morro coberto de vegetação nativa. São protegidos do sol mais quente, graças às varandas e ao próprio morro que esconde o sol em dias mais intensos.
“Trata-se de uma casa de composição contemporânea, adequada funcional e esteticamente aos desejos da família e ao tempo em que vivemos”, destaca o arquiteto.
São diversos elementos que foram utilizados no projeto para reduzir o impacto ambiental da construção, qualificando-a como uma casa sustentável. Entre os muitos exemplos, estão o aproveitamento do desnível natural do terreno; os brises que a protegem da luz solar e a tornam mais adequada ao clima; as grandes aberturas que favorecem o uso da ventilação e iluminação naturais; o uso de pavimentos externos permeáveis, como o “pisograma” na rampa da garagem, o deck vazado ao redor da piscina e o teto jardim sobre a laje da sala; a coleta e o aproveitamento de água da chuva em vasos sanitários e torneiras de jardim e o uso de aquecimento solar tanto para a piscina quanto para chuveiros e torneiras.
A orientação solar, a ventilação cruzada e as coberturas isolantes como o teto verde e as telhas termoacústicas dispensam o uso de aparelhos de ar condicionado. A casa conta com sistema de aproveitamento de águas pluviais, o que permitiu reuso em todo o tratamento e lavação das áreas externas, além do abastecimento dos vasos sanitários.
“Varandas, transparências e sombreamentos são os destaques do projeto, pois tiram o melhor proveito de cada condição de entorno”, comenta o arquiteto.
Também foram utilizados sistemas solares de aquecimento de água para a piscina e a água dos chuveiros, reduzindo significativamente a necessidade de consumo de energia elétrica.
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