A parceria entre o arquiteto Jorge Pessoa (Pessoa Arquitetos) e as arquitetas Marina Grinover e Catherine Otondo (Base Urbana) resultou no projeto arquitetônico do Vila Sagres, um condomínio residencial de alto padrão localizado no bairro do Brooklin, em São Paulo. Concluído em 2016, o empreendimento conta com dez casas geminadas, sendo oito de 325 m² e duas de 423 m².
O programa de todas as residências foi organizado em três pavimentos. O térreo abriga sala de estar, de jantar, home theater, cozinha, área externa com varanda, jardim gramado, piscina e churrasqueira. No andar superior estão as quatro suítes e, no subsolo, a lavanderia, um pátio descoberto, a área de serviço e uma garagem com capacidade para cinco automóveis.
Segundo Catherine Otondo, o subsolo não foi planejado para ser meramente um local para guardar carros. “Fizemos uma ocupação inicial das casas, considerando que a garagem ficasse em uma cota intermediária, para que recebesse luz natural como se fosse uma extensão do jardim, um lugar que pode ser usado para brincadeiras, passeio, descanso e outras utilidades”, pontua.
Para o melhor aproveitamento dos espaços do Vila Sagres, todas as unidades são geminadas e se distribuem ao longo de uma rua interna para circulação dos pedestres. Alguns truques arquitetônicos auxiliaram para que as estruturas não parecessem visualmente unidas, além de conferir individualidade às residência e privacidade aos seus moradores.
A identidade de cada uma das unidades é reforçada através dos volumes centrais das fachadas que avançam para frente das paredes cinzas e se distinguem. “Isso permite uma leitura individual de cada casa e não a sensação de que tudo é um grande plano residencial”, explica o arquiteto Jorge Pessoa.
O volume que se projeta para fora é destacado por sua cobertura de muxarabi de madeira. Esse painel garante a privacidade dos moradores, pois barra a visualização do interior, além de facilitar a entrada de luz natural nos ambientes. Já no pavimento superior, onde ficam as suítes, o elemento foi articulado para permitir a abertura total do vão quando necessário.
A questão da privacidade foi o ponto mais delicado e difícil de se trabalhar no condomínio residencial. Por isso, entre cada casa, apesar das estruturas geminadas, as paredes são duplas e foram aplicados pequenos colchões de ar para auxiliar no isolamento acústico.
Além de proteger as residências do sol e da chuva, o beiral de concreto aparente serve como anteparo para que o morador observe o exterior sem ser visto pelo lado de fora.
Os materiais predominantes do Vila Sagres são visíveis. Além da madeira, do concreto aparente e das pinturas branca e cinza, a volumetria das unidades é marcada por paredes de alvenaria, tijolos e, mais ao fundo, texturizadas. As lajes não têm telhados, todas são aparentes para melhor tratamento térmico.
Com janelas bem generosas, as casas ficaram iluminadas e ventiladas. “Os dormitórios têm janelas grandes e as salas têm piso-teto, que pega toda a parede”, conta Pessoa.
Por fim, um grande gradil foi colocado no final da rua, permitindo certa permeabilidade, mesmo que apenas visual, entre o espaço público e o espaço privado, além de promover a segurança, já que aumenta o controle externo sobre o espaço.
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