Logo Construmarket
Banner

Oscar Ibirapuera

Oscar Ibirapuera
Influenciado pela arquitetura moderna de Niemeyer, o conjunto residencial de duas torres foi construído com marquises e formas orgânicas. Imagens: Leonardo Finotti
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera
Oscar Ibirapuera

Releitura de um símbolo

Texto: Naíza Ximenes

Abordagem funcional, minimalismo, contemporaneidade, rejeição à tradição e inovação — essas são as principais características não só da Arquitetura Moderna, iniciada no século XX, como da obra de Oscar Niemeyer, um dos maiores nomes do estilo arquitetônico. E no admirável acervo do arquiteto está um dos marcos da cidade de São Paulo: o Parque Ibirapuera, com 1,5 milhão de metros quadrados.

Além de o próprio parque ser um projeto inovador, os edifícios construídos dentro dele representam a grande criatividade, diversidade e expertise de Niemeyer, que idealizou todo o complexo em parceria com o paisagista Roberto Burle Marx. Entre os lagos, jardins e áreas esportivas estão símbolos como o Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, popularmente conhecido como Oca, e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, que abriga a Bienal de São Paulo.

Apesar da originalidade retratada nas formas orgânicas, a exploração de formatos geométricos diferentes e a utilização de materiais incomuns para cada construção na época, todos os prédios têm uma característica em comum: a harmonização com a natureza e o uso do concreto armado.

Depois de 69 anos da inauguração do parque, foram esses os conceitos que o escritório de arquitetura Perkins&Will incorporou em um de seus últimos projetos: o edifício Oscar Ibirapuera.

Homenagem ao modernismo de Niemeyer

Com um design marcado pela ausência de limites e uso de marquises, brises e concreto, o empreendimento homenageia o Parque Ibirapuera de diversas formas, a começar pela proximidade do complexo, que proporciona uma vista exuberante para o entorno das torres.

Mas, como diz o ditado, nem tudo são flores. Isso porque a equipe de arquitetos teve de solucionar desafios logo no estudo do terreno, já que, inicialmente, ele não era unificado e não tinha todos os lotes necessários para a construção.

Resolvidos os impasses, o passo seguinte foi projetar os espaços comuns. A primeira ideia foi criar um pavilhão no andar térreo, ao invés de cercar os prédios por muros, como é visto em muitas construções. Criado em parceria com a construtora Trisul, o Oscar Ibirapuera possui “uma arquitetura que vai além do design, já que o arquiteto também precisa se preocupar com a longevidade”, explica o diretor de design do Perkins&Will, Douglas Tolaine.

Esse embasamento também está presente nas calçadas generosas e nos jardins que constituem a maior parte do térreo e uma porção das gigantescas fachadas verticais.

Mas, com ou sem muros, é comum que os empreendimentos possuam uma distinção entre interior e exterior. No projeto de Perkins&Will, o pavilhão é delimitado por painéis de madeira que se assemelham a brises e possibilitam a entrada de iluminação natural, ventilação cruzada e a autonomia de permitir ou não a visualização do interior.

Interior vanguardista e reservado

O interior do pavilhão, que também representa uma releitura do acervo de Niemeyer, é uma obra mais restrita à apreciação dos moradores. As áreas comuns são marcadas por marquises, que remetem à Marquise do Ibirapuera, e pelas formas orgânicas, que são observadas nas claraboias, nas bordas arredondadas de muitas estruturas e na ampla treliça metálica branca em padrão geométrico. A piscina central, contudo, é um dos maiores destaques.

“Como as torres nascem desse pavilhão e se voltam para o interior, o térreo, nós criamos uma representação do lago do Ibirapuera na piscina” complementa Tolaine. “Ela é muito mais natural — com mais formas orgânicas e menos engenharia ou cerâmica —, de formato irregular e com o piso ao redor formado por um material com alguns pontos de brilho no chão, que criam o aspecto de reflexo de um céu estrelado.”

piscina do edifício Oscar Ibirapuera

De uma perspectiva superior, a releitura do lago do Ibirapuera fica mais aparente, em especial, devido ao formato

Além da piscina externa, o Oscar Ibirapuera ganhou uma outra piscina, com raia de 20 metros e coberta por claraboias. Com design de interiores assinado por Fernanda Marques, os outros ambientes são definidos por um salão de festas gourmet com pé-direito duplo, solário, sauna seca, sauna úmida, spa, sala fitness, sala de pilates, playground, brinquedoteca, sala de jogos e bicicletário. O paisagismo ficou por conta de Benedito Abboud, que apostou em jardins verticais, palmeiras de baixa estatura e costelas-de-adão em todo o térreo.

O hall de entrada também possui decoração modernista e os apartamentos nas duas torres podem ser de 186, 227 ou 233 metros quadrados, com três ou quatro dormitórios e até quatro suítes. O designer ainda contou que a planta foi projetada de modo que o living pudesse dispor de nove metros de frente, totalmente desprovido de pilares, proporcionando uma ampla vista panorâmica do Ibirapuera.

Veja outros projetos na Galeria da Arquitetura:

 Lote, por Superlimão Studio
Casa RL, por Karina Pontes Arquitetura
Ingresso Rápido, por Dabus Arquitetura

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Conclusão da obra: 2022
  • Área do terreno: 4.218 m²
  • Área construída: 25.022 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados