Texto: Naíza Ximenes
Projetado pelo escritório de arquitetura Perkins&Will para a Incorporadora e Construtora Pedra Forte, o Edifício Waldyr Beira é um prédio corporativo de 22 pavimentos localizado na capital paulista. Com uma única torre, o empreendimento é marcado por uma série de inovações: do pé-direito de quase seis metros à estética inovadora dos brises por toda a fachada.
Situado um terreno de 1.711 metros quadrados, o edifício é composto por três subsolos, um lobby e lajes duplex de 680 metros quadrados, que podem ser divididas em dois conjuntos.
Além das dimensões generosas, a estrutura também ganhou flexibilidade, já que a equipe de arquitetos apostou em vãos de 17 metros entre os pilares. A estratégia proporciona maleabilidade ao layout – um diferencial em edifícios corporativos.
Desde o primeiro andar, os visitantes podem desfrutar de uma vista panorâmica no nível da copa das árvores — um atributo que só foi possível devido ao uso de lajes de protensão, diferentes das de concreto armado. “Enquanto nesse tipo a armadura suporta a carga de forma passiva, na laje protendida a armadura é ativa, com tensões aplicadas previamente nas cordoalhas de modo a aumentar a sua resistência”, explica o escritório.
Com as alterações, as lajes ganharam maior espessura, com cerca de 30 centímetros. A alteração fez necessário um sistema do tipo “mesa voadora”, que, segundo os arquitetos, garante um avanço mais ágil dos ciclos de concretagem.
Isso porque as mesas são montadas no primeiro pavimento de forma fracionada e movimentadas para os andares superiores com o auxílio de grua e treliças de alumínio, o que permite um rápido reposicionamento para as etapas seguintes.
Para aliar uma proposta clean e contemporânea à inovação que o projeto carrega, o edifício ganhou fachada marcada por brises metálicos. Feitos de um material composto por alumínio e zinco, os brises foram desenvolvidos pela própria equipe de arquitetos da Perkins&Will.
Os brises formam uma trama que envolve o edifício, criando uma identidade única e emoldurando a fachada de vidros claros de alto desempenho. A aposta reforça a conexão com o exterior, e, junto aos caixilhos (que são acompanhados por jardineiras), permitem a abertura dos vidros para ventilação natural.
Como o empreendimento é de cunho comercial, os revestimentos tiveram de seguir um conceito neutro e contemporâneo – motivo pelo qual os arquitetos escolheram o concreto aparente tanto para as lajes, quanto para os pilares.
Com duas fachadas ativas, voltadas para a Avenida Rebouças e para o bairro de Pinheiros, o prédio oferece serviços em um espaço de 860 metros quadrados. No térreo, uma galeria de arte com paredes em madeira exibe uma série exposições, em um espaço complementado por um forro metálico branco e piso em pedra basalto.
No lazer, o edifício ganhou bicicletário e vestiários completos, além de preceitos de sustentabilidade e eficiência energética, com sensores de presença para iluminação, sistemas de economia e reúso de água. Os recursos economizados são direcionados para a limpeza de áreas comuns e manutenção de espaços verdes, concentrados na lateral e parte posterior do edifício.
No paisagismo, a aposta foi em espécies de vegetação nativa, que requerem menos cuidados e se adaptam melhor ao clima brasileiro.
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