Texto: Naíza Ximenes
Em homenagem aos 50 anos do bairro Chácara Klabin, na Zona Sul de São Paulo, o escritório de arquitetura Perkins&Will projetou o Edifício L Klabin, um prédio residencial de 24 pavimentos e três subsolos. O “L” no nome não é apenas uma letra aleatória. Além de ser a representação para o número 50 em algarismos romanos, ele ainda faz alusão ao formato característico dos terraços das unidades residenciais.
O projeto foi idealizado para ser imponente e moderno. Assim, o edifício ganhou duas fachadas ativas (uma voltada para a rua Luis Molina e, a outra, para a rua Pedro Pomponazzi), cada uma com a varanda de um apartamento nos andares superiores. Isso porque os pavimentos tipo abrigam duas unidades por andar, de 193 metros quadrados — que, somadas aos dois apartamentos garden e aos dois duplex, totalizam 38 unidades.
Enquanto os subsolos acomodam espaços comerciais disponíveis para locação, no térreo ficam os espaços comuns e de lazer, como portaria, coworking, academia, spa, salão de festas, playground e piscina, que complementam a experiência residencial.
Entre os destaques do Edifício L Klabin está a fachada revestida por painéis muxarabi (pivotantes no térreo e deslizantes nos pavimentos superiores). A equipe de arquitetos conta que este foi um dos elementos mais trabalhosos e importantes do projeto.
Os painéis, além de criarem uma estética única na fachada, também desempenham um papel crucial na sustentabilidade do projeto. Com cerca de sete metros de altura, eles foram fixados em estruturas de metal e concreto, proporcionando regulação térmica e luminosa e reduzindo a dependência de sistemas de ar-condicionado.
Os arquitetos relatam que, apesar de terem estudado materiais alternativos, como madeira, chapas perfuradas, serralheria tradicional, sistema de forro de alumínio, brise de alumínio e sistema de gradil em alumínio, a aposta foi no brise em alumínio com modulação quadrada e acabamento duplo, por ser um material leve e de baixa manutenção.
Como a estrutura principal do prédio foi feita em concreto aparente, a instalação dos painéis de muxarabi demandou uma grande pesquisa para garantir a viabilidade da combinação entre os dois materiais.
Uma vez que a segurança, o funcionamento e a durabilidade estavam garantidos, os arquitetos partiram para os estudos relativos às plantas flexíveis, garantindo que as unidades pudessem ser personalizadas. Assim, as paredes internas foram projetadas de forma independente da estrutura do prédio, permitindo o remanejamento ou até a retirada total das divisões internas.
Como a sustentabilidade foi um conceito norteador na escolha dos materiais, na implantação não poderia ser diferente. É por isso que, ao escolher uma região arborizada para a construção, os arquitetos tiveram de se comprometer com a exigência de compensação por plantio e manutenção de áreas permeáveis e vegetações nativas.
As demandas resultaram em um projeto ainda mais qualificado e arborizado, mais verde e repleto de elementos naturais. Para tanto, foi necessária a redução do perímetro dos subsolos, e, consequentemente, a construção de mais um nível de subsolo para comportar as vagas de estacionamento e áreas técnicas.
“Essa escavação adicional redobrou o trabalho de estabilização do terreno e fundações. A colaboração intensiva no modelo BIM e a interferência ativa da arquitetura no design estrutural enriqueceram o projeto”, conta o escritório.
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