Logo Construmarket
Banner

Bakery

Bakery
Os arquitetos do escritório Paulo Merlini Arquitectura fizeram um estudo sobre como atrair os clientes e transformaram o projeto Bakery em um espaço que transmite diversas sensações. Imagens: João Morgado
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery
Bakery

Arquitetura sensorial

Texto: Ana Marquez

O projeto Bakery desenvolvido pelos arquitetos do escritório Paulo Merlini Arquitectura fica localizado em Gondomar, Portugal. O objetivo principal da obra foi desenvolver um espaço que ativasse diferentes sensações nos clientes. “Focamos no conhecimento do corpo humano, principalmente na resposta do cérebro aos estímulos exteriores”, conta o arquiteto Paulo Merlini.

E complementa: “Acreditamos que, se conseguirmos controlar corretamente os estímulos no cérebro, podemos influenciar, de forma positiva, no estado de espirito do utilizador, tornando-o consequentemente mais feliz”.

Luz como fonte substancial

“Em uma época de consumismo e estilo de vida metropolitano, todos os dias nós lidamos com milhões de inputs – expressão em inglês que significa entrada –, desde sinais de trânsito até publicidade, carros, pessoas, etc. A forma que o cérebro arranjou para lidar com esse excesso de informação foi enviar maior parte dela para o inconsciente, libertando o consciente de informação excessiva”, relata o arquiteto.

Ligando a esta linha de pensamento, 70% desses inputs são visuais, e o homem se sente naturalmente atraído pela luz. Os arquitetos compreenderam então, que deveriam criar um input capaz de se distinguir do restante do cenário da cidade para ativar a percepção do consciente. Para isso, utilizaram a luz como principal fonte de atração.

O projeto possui três ambientes diferentes e, em vez de tentar obter a atenção do cliente por meio de anúncios publicitários ou cartazes, os arquitetos usaram iluminação e o teto, para chamar a atenção, uma vez que, de acordo com os estudos, este é o caminho mais importante para despertar o interesse das pessoas.

Os arquitetos também descobriram que a utilização de luzes diretas tende a aquecer o ambiente e criar cantos com sombras, transformando-os quase sempre em locais pouco convidativos. Além disso, analisaram os problemas de barulho excessivo, que antes não estavam devidamente resolvidos. “Para solucionar estes dois problemas sabíamos que tínhamos de quebrar as ondas sonoras e refratar a luz”, comenta.

Marketing sensorial

Para atrair os clientes, o arquiteto aplicou na arquitetura o marketing sensorial. Eles estudaram a aproximação do indivíduo no espaço e compreenderam que o plano visualmente mais relevante, desde o exterior, era o teto. Por isso, focaram nele. “Criamos um segundo teto que resulta na repetição de ripas de madeira”, explica Paulo.

O novo teto, formado pela repetição de listras de madeira impede que o som e a luz não perturbem as pessoas no interior do ambiente. Essas faixas descem em duas camadas das paredes para criar um efeito de formas ocultas e curvas que imprimem a sensação de movimento quando o cliente se move.

Cores e formas

Paulo Merlini explica que teve conhecimento em suas pesquisas sobre o efeito causado pela presença de cores e formas semelhantes à comida. “Elas aumentam a sensação de fome. Fizemos um levantamento dos vinte produtos mais procurados, com base em um padrão de identificação, e chegamos a um tom intermédio que aplicamos nas paredes. Em termos formais, gostamos de dizer que fizemos o teto “derreter” em algumas zonas, para que este se assemelhasse à cobertura de um bolo”, finaliza.

Escritório

  • Local: GO, Portugal
  • Início do projeto: 2013
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área construída: 460 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados