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Edifício Martinelli

Edifício Martinelli
Retrofit mantém a essência de prédio tombado, construído na década de 1930, mas incorpora novo layout, infraestrutura moderna e projeto luminotécnico a alguns andares, oferecendo mais qualidade de vida aos funcionários. Imagens: Ana Mello
Edifício Martinelli
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Eficiência restaurada

Texto: Tais Mello

Símbolo da verticalização da cidade de São Paulo, o edifício Martinelli é um marco na arquitetura Era necessário acomodar aproximadamente 600 funcionários da Secretaria de Licenciamento – que antes integrava a Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo – em um novo local. Como é um departamento grande, recorremos a uma série de intervenções para melhorar as condições de uso de um edifício: o retrofit Paulo Lisboa dos anos de 1930, quando foi erguido entre as ruas São Bento, Líbero Badaró e Avenida São João e ganhou o título de primeiro arranha-céu da América Latina. Seu idealizador, o imigrante italiano Giuseppe Martinelli, convocou, à época, o arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena, para projetar o prédio. Inicialmente ele planejou a obra de alvenaria e concreto com 12 andares, finalizando com 30 a pedido de Martinelli. Hoje, o edifício pertence à prefeitura e abriga diversos órgãos municipais. Para se modernizar, mas sem perder a essência, os cinco últimos andares e o oitavo pavimento da construção tombada pelo Patrimônio Histórico, passaram por uma requalificação nas mãos do arquiteto Paulo Lisboa. “Era necessário acomodar aproximadamente 600 funcionários da Secretaria de Licenciamento – que antes integrava a Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo – em um novo local. Como é um departamento grande, recorremos a uma série de intervenções para melhorar as condições de uso de um edifício: o retrofit”, explica o arquiteto. As mudanças atendem ao processo de modernização da própria Secretaria de Licenciamento, que exige infraestrutura de trabalho bem diferente da existente quando o prédio foi construído – tais como informatização, transparência, flexibilidade e produtividade.

Retrofit

Formas bem definidas, pé-direito com 3,70 m, amplas aberturas, com esquadrias de madeira pinho-de-riga, e escadarias revestidas de mármore carrara denunciam o glamour vivido pelo Martinelli nos tempos áureos. Além de reformas menores e da decoração de interiores, o projeto também modernizou o sistema de iluminação e implantou a infraestrutura necessária à informática e comunicação. Paulo Lisboa também conta que enfrentou dois grandes desafios durante o retrofit: o primeiro foi readequar mudanças de infraestrutura no prédio em pleno funcionamento e, o segundo, unir o estilo art décor às soluções modernas implementadas nos ambientes de trabalho. “Foi como trocar os pneus de um carro com ele em movimento. E mais: melhorar a performance e a velocidade dele”, brinca.

Cada pavimento é diferente do outro. Ora muda a distribuição das janelas, ora aumenta ou diminui o número de pessoas a ocupar o ambiente, interferindo diretamente no layout Foto: Ana Mello

Pisos elevado e vinílico

“Colocamos um piso elevado e, sobre ele um revestimento vinílico, ideal porque apresenta boa resistência em função do tráfego intenso de pessoas. Tudo isso sem parar a atividade comercial”, informa o arquiteto. A escolha do piso elevado foi motivada, também, pelo pé-direito, que em alguns ambientes não é tão alto, preservando assim a altura ideal das janelas e do guarda-corpo. A escolha do piso vinílico levou em conta, também, a rápida instalação, facilidade de limpeza e conforto termoacústico. Produzido com resina de vinil (PVC) oferece uma superfície texturizada, podendo imitar outros acabamentos. Seu conforto está no fato de que no calor, não aquece como os carpetes. No inverno, é aconchegante, ao contrário da cerâmica.

Requalificação de interiores

Toda a Secretaria foi restruturada a partir de um novo organograma funcional que determinou a Foi como trocar os pneus de um carro com ele em movimento. E mais: melhorar a performance e a velocidade dele Paulo Lisboa distribuição dos espaços de trabalho tendo como base a planta do edifício. O que à primeira-vista parece simples, não é. Cada pavimento é diferente do outro – muda a distribuição das janelas, que abrem para dentro, e por isso merecem atenção especial na utilização do espaço, com layout diferenciado. Em outro momento, aumenta ou diminui o número de pessoas a ocupar o ambiente, o que interfere diretamente na eficiência. “Assim, o projeto e a dimensão das estações de trabalho seguem o tipo de atividade desenvolvida pelo funcionário. Também levamos em consideração poucas divisões, para favorecer a integração entre os funcionários e o fluxo de informações no dia a dia”, conta o arquiteto. Já a iluminação ganhou um projeto luminotécnico do arquiteto e designer Fábio Falanghe, que desenvolveu luminárias a partir de uma série de ensaios e medições ideais para um ambiente de trabalho com a luz adequada. Além de reduzir o nível de cansaço entre servidores, o projeto destacou a arquitetura do prédio por meio de luzes indiretas que refletem as modernas vigas aparentes.

Mudanças e Mobiliário

Nova pintura, manutenção dos banheiros e projeto de programação visual em todos os pavimentos, com destaque para a localização de cada um dos departamentos foram aspectos trabalhados na reforma. Boa parte do mobiliário em condições adequadas foi reutilizada. “Por isso nem sempre temos o mesmo padrão de estação de trabalho ou de fornecedor, havendo móveis diferentes de um departamento para o outro”. Segundo o arquiteto, as especificações novas limitam-se a um investimento feito por meio de um convênio público-privado denominado contas online, anteriormente utilizado durante a reforma do 21º andar, em 2004.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Área construída: 6.000 m²

Ficha Técnica

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