Um sobrado construído na década de 1940 – em São Paulo, no bairro dos Jardins –, com pé-direito Logo no início, quando começamos a conceituá-lo, buscamos referências nas feiras de rua, de onde os alimentos vêm. Max tem origem no Oriente, cujo comércio ambulante é bem típico Paulo Lisboa alto, materiais naturais, cores, poucas mesas e agradável charme francês combinado a um atendimento personalizado. Esse é o contexto em que foi desenvolvido o projeto do Max Bistrô, que surgiu das inúmeras conversas entre o arquiteto Paulo Lisboa e o proprietário do restaurante, Max Abdo. “Logo no início, quando começamos a conceituá-lo, buscamos referências nas feiras de rua, de onde os alimentos vêm. Max tem origem no Oriente, cujo comércio ambulante é bem típico”, conta Paulo Lisboa, responsável pelo projeto de arquitetura.
O restaurante tem apenas 170 m² muito bem aproveitados, cujo conceito slow food incorpora-se à arquitetura e ambientação do espaço. O terreno exíguo, com 4,4 x 22 m é parte de um conjunto geminado de duas casas interligadas pela mesma parede. A construção estava abandonada, com o interior totalmente subdividido em uma série de ambientes pequenos: sala, cozinha, quarto, corredor.
Longe de ser um empecilho, a condição longitudinal determinou soluções que permitem ao cliente entrar e descobrir, aos poucos, o restaurante. As paredes foram eliminadas. Logo na entrada o ambiente é aberto, de pé-direito duplo, pronto a dividir o espaço com a cozinha e o bar, e levar os clientes ao pavimento superior por meio de uma passarela que interliga os dois pisos. O arquiteto explica que limpar tudo deixando o pé-direito duplo e iluminado, deixa a sensação de estar em um ambiente maior. “Torna tudo muito mais interessante e agradável”, arremata.
“Para não descaracterizar o sobrado, mantivemos a cobertura de quatro águas existente. Sob ela, o salão é dividido em uma área técnica, onde localiza-se a cozinha show, toda envidraçada, que permite aos clientes observarem a preparação dos alimentos, e a parte social, de refeições”, descreve Paulo. Em função do pouco espaço, uma grande estante ao mesmo tempo funcional e decorativa serve para armazenar alimentos, materiais e bebidas utilizadas no restaurante. Paulo conta que o móvel trouxe riqueza ao espaço, ao incorporar cores e um diferencial: a arte. Para Denise Barretto, arquiteta responsável pelo design de interiores do bistrô, o móvel aparente é uma eficiente forma de aproveitar o espaço e organizar o estoque sem poluir o ambiente, já que algumas partes ostentam painéis de lona pintados do piso ao teto, que podem descer e ser recolhidos a qualquer momento. “A solução esconde uma possível desordem e ainda se mostra simpática. A ideia do próprio Max Abdo reúne artistas plásticos amigos – Black Linhares, Dudu Santos e Victor Leme Rique – que desenvolveram três temáticas para o restaurante: bebida, comida e conversa. Ou seja, o encontro entre as pessoas”, interpreta a arquiteta.
Para aumentar a intensidade da luz natural, a fachada principal ganhou uma reforma que a deixou A solução esconde uma possível desordem e ainda se mostra simpática. A ideia do próprio Max Abdo reúne artistas plásticos amigos – Black Linhares, Dudu Santos e Victor Leme Rique – que desenvolveram três temáticas para o restaurante: bebida, comida e conversa. Ou seja, o encontro entre as pessoas Denise Barretto completamente liberada. Ao longo do ambiente, uma cobertura de vidro recebe luminosidade e calor, trazendo a claridade para dentro. Embora a luz não esteja focada em cada mesa, há movimento, uma dinâmica feita sob medida para o restaurante. O pé-direito duplo permite, inclusive, brincadeiras com a iluminação, com o uso de sancas de luz indireta e uma reunião de pendentes metalizados, compostos em alturas irregulares. “Durante o dia, exploramos ao máximo a luz natural, e à noite, a artificial, que começa menos intensa até ficar mais aconchegante”, explica Denise, que contou com o apoio do light designer Guinter Parschalk no desenvolvimento do projeto luminotécnico.
Características como transparência, atemporalidade e aconchego foram buscadas nos materiais usados na reforma. Era preciso imprimir unidade ao interior, por isso o uso de cores e materiais puros – que envelhecem bem, como a madeira – e naturais, a exemplo do couro e da granilha, que reunidos transmitem conforto. Dentro do layout-corredor, foi acomodado o maior número de mesas possível. Redondas ou retangulares, elas possibilitam a reunião de pequenos grupos de amigos. No lado oposto, o sofá corrido, de couro com encosto em capitonê, vai de uma ponta a outra, sendo acompanhado por um grande espelho, típico de um bistrô. “Não existe um bistrô sem espelho. Sua função? Ver as outras pessoas em uma dinâmica quase de paquera”, brinca Denise.
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