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Faculdade de Direito de Ribeirão Preto

Faculdade de Direito de Ribeirão Preto
A Faculdade de Direito de Ribeirão Preto tem cinco blocos independentes e 9 mil metros quadrados de área. Para cumprir o cronograma apertado, o projeto extenso exigiu uma obra em fases. Imagens: Nelson Kon
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto
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Partido desmembrado

Texto: Tais Mello

Concebido para ser construído em fases, o complexo do Novo Curso de Direito do Campus da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, tem 9.000 m² de área. São cinco blocos independentes – incluindo um auditório para 500 lugares – que se organizam ao redor de um tradicional claustro.

Seguimos um desenho elegante sem ostentação com composições geométricas e fachadas limpas e resistentes ao tempo Paulo Bruna

“A lógica construtiva adotada permite que o partido seja construído em fases, algo muito importante, uma vez que tínhamos um cronograma apertado, pois alguns alunos já estavam matriculados para o curso, que se desenvolvia em salas emprestadas de outras unidades. Assim, tão logo uma etapa estivesse concluída, ela já seria ocupada”, conta Paulo Bruna, do escritório Paulo Bruna Arquitetos Associados.

Terreno e edificação em níveis

O partido foi inserido em um generoso terreno aproveitando os desníveis e as melhores vistas. Com a topografia preservada, o projeto foi acomodado em patamares que seguem as curvas de nível, respeitando ao máximo o entorno do edifício.

Como em todos os projetos do escritório, inexiste a influência de estilos ou modismos. Paulo explica que os profissionais priorizaram esse aspecto para que o prédio não ficasse datado. "Seguimos um desenho elegante sem ostentação com composições geométricas e fachadas limpas e resistentes ao tempo”.

Os pátios ajardinados entre os blocos têm a função de ajudar na ventilação cruzada das salas Foto: Nelson Kon

Materiais locais

Conhecida por sua terra roxa e extremamente fértil, a cidade de Ribeirão Preto produz nas épocas de seca uma poeira avermelhada que se assenta nas construções, tingindo os edifícios de vermelho. Pensando na manutenção e na excelente inércia térmica dos tijolinhos, os arquitetos escolheram o material para compor as fachadas.

A lógica construtiva adotada permite que o partido seja construído em fases, algo muito importante, uma vez que tínhamos um cronograma apertado, pois alguns alunos já estavam matriculados para o curso, que se desenvolvia em salas emprestadas de outras unidades. Assim, tão logo uma etapa estivesse concluída, ela já seria ocupada Paulo Bruna

Eficiência energética

O projeto levou em conta a orientação de cada um dos blocos e tirou partido de algumas técnicas simples para proteger as fachadas da radiação direta do sol. “Principalmente nos blocos de aula, corredores de acesso e amplos varandões abertos, cujo partido está voltado à fachada norte, assim a própria circulação protege as salas de aula da insolação”, explica o arquiteto. Na fachada sul, que na realidade também recebe um pouco de insolação no final da tarde, foram projetados brises verticais. Nas fachadas norte da biblioteca e do átrio do auditório, brises horizontais metálicos amenizam a forte luz natural.

Os pátios ajardinados entre os blocos têm a função de ajuda na ventilação cruzada das salas. Enquanto isso, a escolha do tijolinho como material de fachada auxilia no aumento da inércia térmica do edifício, segurando o calor à noite e retardando o aquecimento durante o dia. Paulo garante que com estas medidas e uma boa ventilação cruzada, as salas de aula conseguem operar sem o uso do ar condicionado.

Economia e sustentabilidade

Levando em conta a baixa manutenção, os arquitetos reduziram ao máximo o consumo de energia, o que reflete no quesito sustentabilidade. “Pensamos em projetar um edifício sustentável, mas sem ter de adicionar tecnologias muito complexas, que demandem grande manutenção e alto custo de instalação”.

Dentre estes princípios podemos citar o uso de metais economizadores, paisagismo com espécies nativas adaptadas ao clima, que dispensam irrigação ou que podem gerar grande manutenção, especificação de materiais locais, entre outros itens.

Design e arte

Com uma paleta pequena de materiais que leva em conta a manutenção e as propriedades térmicas integradas a uma estética simples e sem ostentação, o design mostra-se elegante, tirando proveito dos jardins, da paisagem circundante e do desenho puro dos blocos. “É um edifício com personalidade”, resume Paulo Bruna.

Logo nas duas entradas foram incorporadas obras do artista plástico Cláudio Tozzi. Uma delas executada pela Oficina de Mosaicos que representa a balança da justiça. Em outro acesso, está prevista uma grande escultura metálica – ainda não foi executada – da Deusa Têmis, guardiã dos juramentos dos homens e da lei. Paulo explica que a deusa é representada empunhando uma balança, na qual equilibra razão e julgamento. “Tudo no projeto foi desenvolvido de acordo com a NBR9050 e atende os critérios de acessibilidade”, complementa.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2007
  • Conclusão da obra: 2012
  • Área construída: 9.000 m²

Ficha Técnica

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