As árvores do bairro Jardim Europa, em São Paulo, envolvem um antigo sobrado de 1930 que, com o passar dos anos e após algumas reformas, começou a perder seus traços arquitetônicos. É uma casa totalmente aberta; da entrada já é possível avistar o fundo. Isso é uma coisa legal e difícil, por que normalmente as casas da região são fechadas em si Sarkis SemerdjianFoi então que, em 2014, os atuais proprietários convidaram o escritório Pascali Semerdjian Arquitetos para uma reformulação.
Batizada de Casa AA, a morada é rodeada por brises que revelam de forma clara o conceito do projeto, com planos verticais e horizontais, diferentes texturas, composições e materiais que separam e ao mesmo tempo integram todos os ambientes.
“É uma casa totalmente aberta; da entrada já é possível avistar o fundo. Isso é uma coisa legal e difícil, por que normalmente as casas da região são fechadas em si”, comenta o arquiteto Sarkis Semerdjian.
O novo plano da Casa AA foi totalmente direcionado pela estrutura já existente no terreno. Procurou-se fazer com que o projeto assimilasse as interferências de forma natural em seu volume externo. O desnível na fachada frontal foi ainda mais acentuado pelos brises verticais metálicos que ajudaram em sua composição.
Além de conectar o programa da residência, os planos translúcidos a protegem do exterior, seja da cidade ou de seu próprio jardim, através de portões e guarda-corpos vazados. São poucas as paredes de alvenaria que compõem o layout.
Alguns pilares foram reaproveitados para que a nova casa fosse construída sobre a antiga, sem maiores danos.
O jardim, que envolve toda a residência, possui em sua parte posterior uma piscina em ardósia verde que é dividida em dois níveis, de forma que a pequena praia para descanso age como um ambiente de estar semissubmerso.
As áreas de lazer, com churrasqueira e lounge (no térreo) e a suíte máster (andar superior) estão voltadas para esse jardim.
O programa da casa foi organizado para ser funcional e para atender às necessidades dos moradores. O estar social, no térreo, é totalmente integrado por planos semitransparentes com a área externa.
O desejo dos moradores era ter uma área de lazer grande, onde a churrasqueira fosse o ponto de integração com a piscina, sala de jantar externa e interna e sala de estar. A área de jantar também está bem no meio da planta, separando as salas de estar e de TV de um lado, e a de música do outro.
O andar superior, destinado ao setor íntimo, recebeu dois dormitórios, uma sala para uso da família e o quarto do casal.
Boa parte do mobiliário foi desenhada pelo escritório de arquitetura, como o apoio do som e dos vinis da sala de música, a mesa do jantar, os criados mudos e a cuba do lavabo. “Montamos um protótipo dessa pia no papel e entregamos para o marmorista, ele mediu pela maquete e replicou o desenho numa escala maior. É uma peça exuberante e com um formato peculiar, feita em pedra ferro”, revela Sarkis.
As outras peças de decoração foram escolhidas em lojas, galerias e até em acervos de colecionadores particulares. “Escolhemos peças interessantes e que o cliente gostasse, de vários lugares do mundo”, conclui o arquiteto.
Residência Campo Belo, por Jamelo Arquitetura
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