A Serra das Cabras, localizada entre os distritos de Joaquim Egídio e Sousas, em Campinas (SP), é o pano de fundo para a Residência CR. Seu programa, uma mistura de casa de fim de semana com residência urbana, responde à altura do grandioso terreno de 20 mil m² distribuidos em três pavimentos, com direito a quadras de beach tennis, lago artificial e uma área destinada apenas aos hóspedes.
O objetivo do projeto arquitetônico, assinado pelo escritório de arquitetura Padovani Arquitetos + Associados, era conceber uma residência que fosse apropriada para o dia a dia, mas que também fosse aconchegante como uma casa de veraneio, repleta de ambientes de lazer. “A vontade que se tem é de não sair da residência, porque todo o essencial está ali” Comenta o arquiteto Lucas Padovani.
A Residência CR oferece uma diversidade de ambientes aos moradores, que ainda podem contemplar um cenário natural com muita mata, montanhas e até um lago. Isso porque os proprietários escolherem um terreno voltado para uma linda paisagem, o que facilitou a orientação do imóvel. Procurou-se, portanto, posicionar as aberturas da casa para criar focos e favorecer as vistas.
Padovani explica que a residência foi colocada no ponto mais alto do lote, valorizando a vista principal, para o lago em frente à casa. Para atender às necessidades dos moradores, sem intervir demasiadamente na topografia do terreno, o extenso programa foi dividido em três andares escalonados.
No primeiro nível estão as áreas de lazer, como academia, adega, sala de jogos, além de uma quadra de tênis e duas quadras de beach tennis. A mesma areia que forra as quadras foi usada para criar uma “prainha” com um lago articificial, que enfeita a área gourmet externa.
Já no térreo, acomodam-se os espaços de convivência, sobretudo, as salas de jantar e estar, que se abrem em direção à varanda externa e à piscina. Do outro lado, fica a ala dos hóspedes, com três quartos. Nessa área, existe um vão que funciona como pátio interno, recebendo muita luz natural e contribuindo para a ventilação cruzada à medida que os caixilhos se abrem.
No bloco intermediário, surge o último volume, que organiza a área íntima, onde estão mais dormitórios e uma saleta. Dessa fachada, tem-se vista para árvores e uma praça que fica no deck, ocupado por várias caixas de plantas. “Digamos que esse local é um mirante, pois oferece uma vista de 360°”, salienta o arquiteto.
De acordo com Padovani, a ideia era dar leveza e linearidade à volumetria da casa. Dessa maneira, o bloco intermediário (ao contrário do último, no andar térreo) mantém-se como uma grande caixa, que se alonga no sentido transversal do terreno para conferir equilíbrio vertical x horizontal. Os beirais metálicos, presentes nos volumes térreo e superior, vão afinando nas pontas, para marcar uma linha mais refinada, que ressalta a linearidade e a leveza do projeto.
Levando em conta a mínima intervenção no terreno, Padovani afirma que a Residência CR também deveria respeitar o meio ambiente. Por isso, ele optou por materais naturais.
A pedra de rachão reveste todo o pavimento inferior e também foi utilizada como muro de arrimo. Já a madeira de pinus autoclavado aparece nos decks do lago artificial e no piso do pavimento intermediário que, por sua vez, ganhou forro de bambu e colunas de concreto.
Com aspecto semelhante ao cimento, essas estruturas conversam tanto com o piso de porcelanato quanto com a pintura sobre massa aplicada na área dos hóspedes. Essa técnica ainda foi empregada no pavimento superior, mas ali, a massa tem tonalidade parecida com a de terra.
Padovani reforça que toda a caixilharia da resiência foi executada com alumínio. No bloco intermediário, os caixilhos de correr estão embutidos na alvenaria, enquanto na ala dos hóspedes, formam um ripado, cujas réguas horizontais, com 2 cm, mantêm espaçamento de 0,5 cm. “Como a casa possui três níveis, ela adquire uma verticalidade natural. Para não causar um impacto tão forte, decidimos marcar a horizontalidade a partir desses elementos”, esclarece.
Segundo o arquiteto, o projeto de paisagismo da Residência CR, assinado pelo paisagista Alexandre Furcolin, potencializa a integração da casa com a paisagem externa. Na prainha, palmeiras, papiros e juncos contornam o espaço, estabelecendo um panorama único com a mata da Serra das Cabras, que fica logo em frente.
No jardim existente no pátio interno, outro detalhe paisagístico chama a atenção: os caules da espécie pau-mulato atravessam o forro de bambu da varanda até alcançarem a laje do último andar, onde estão algumas caixas de plantas.
Residência OS, por Jacobsen Arquitetura
Casa Aresta, por BLOCO Arquitetos
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