Esquina Chartier

Fluidez vertical

Texto: Giullia Souza

Destaque entre as construções do bairro de Higienópolis, na capital gaúcha, o Esquina Chartier foi projetado pelo escritório Oficina Conceito Arquitetura e edificado em um terreno trapezoidal de 2.272 m², abraçado por uma zona arborizada e vizinhança pacata.

O acesso ao edifício, que é feito pela esquina que nomeia o projeto, se dá através de um pórtico de madeira e estrutura metálica de perfil “I”, o mesmo que sustenta os brises da fachada. Permitindo permeabilidade visual entre as ruas, o corpo do prédio se eleva em um volume suspenso por pilotis e contempla a grande nogueira, primeira moradora do condomínio.

Articulado pelo volume de circulação vertical feito totalmente em concreto aparente ripado, cada andar comporta três imóveis, sendo o da planta voltada para a esquina o mais generoso em espaço e vista. Na fachada oeste, as vigas metálicas foram ancoradas na estrutura de concreto existente a fim de vencer a grande distância entre as sacadas dos apartamentos e servirem de trilho para os brises de proteção solar, que formam uma fachada original e atrativa.

Plantas variadas

Idealizados pela equipe do Oficina Conceito Arquitetura, os apartamentos têm plantas racionalizadas e flexíveis, permitindo mudanças ao longo do uso. Com tipologias que variam de um (65 m²) a quatro dormitórios (143 m²), todas as unidades recebem o sol da manhã e possuem balcões ou sacadas, aumentando a entrada de iluminação natural e dando maior qualidade de vida aos habitantes.

Nos sétimo e oitavo pavimentos estão os duplex do empreendimento, que possuem pé-direito duplo e ótima amplitude espacial. Nas unidades duplas menores, uma escada plissada em concreto conduz ao nível superior, onde uma passarela conecta os ambientes da área íntima.

A riqueza em detalhes se fez presente em todas as partes do Esquina Chartier. Na garagem do sobsolo, telhas metálicas revestem as paredes e, juntamente com o piso, dão início a uma comunicação visual que transmite energia aos usuários. Subindo pelas escadarias amarelas, a linguagem moderna chega no hall de circulação dos pavimentos, onde foram usados revestimentos cerâmicos em todas as paredes, gerando uma bela composição de cores e menor frequência de manutenção ao longo dos anos.