Para os arquitetos da Nook Architects – Ana García López, Joan Cortés Caballero e Rubén Férez Berenguer – a altura da casa e suas conexões visuais são os maiores diferenciais da Juno´s House, projeto arquitetônico localizado em Barcelona, na Espanha. “A maior inspiração para a concepção dessa residência foi o estilo nórdico apreciado pelos proprietários, que prezam os espaços abertos”, destacam.
Ao comprar a casa geminada, a intenção da família era apenas fazer uma reforma modesta: renovar e integrar a cozinha à sala de estar e acrescentar um novo banheiro, tudo de maneira a deixar os ambientes espaçosos e frescos. Porém, quando as obras na Juno´s House começaram, notou-se que a qualidade da construção era fraca, com estruturas pouco reforçadas.
“A laje de piso do nível principal quase caiu em cima de nós, então tivemos que parar e analisar a situação. Com isso, o projeto tornou-se mais detalhado e com intervenções em praticamente toda a estrutura”, comentam os arquitetos.
Diante das circunstâncias difíceis e imprevistas, a nova proposta foi baseada em explorar o potencial do espaço disponível. “Não era mais um projeto de revitalização de uma casa pronta e convencional de dois níveis. Começamos do zero a desenhar em um pedaço de papel em branco”, ressaltam.
Os proprietários, um casal sueco-espanhol com um bebê – a pequena Juno, que deu nome ao projeto e que tinha apenas um ano quando a obra foi finalizada –, desejavam que o resultado final fosse uma morada com estilo nórdico; aberta, luminosa e funcional. Ao contrário da maioria das famílias, eles não viam a necessidade de isolar o quarto do resto dos espaços de convívio, com exceção dos dois banheiros.
“Eles queriam fortalecer as relações visuais entre cada espaço e distinguir a sua utilização, sem comprometer a versatilidade. Essa casa sintetiza a evolução de um projeto complexo e volátil”, destacam os arquitetos.
A entrada da Juno´s House fica na parte de trás do terreno e é definida por uma passagem longa e estreita, de modo que todo o volume é orientado para uma única fachada no pátio posterior. Essa abertura faz com que esse pátio seja a principal fonte de luz e a continuação do espaço da sala principal. “Essa área externa permite que a sala principal se alongue para o exterior, diluindo a fronteira com o interior”, explicam os arquitetos.
Ao invés de segregar os espaços entre dois níveis, uma leve escada foi instalada transversalmente à principal extensão da planta da Juno´s House, deslocando a secção de desalinhamento das lajes e gerando pisos intermédios que permitem entrada abundante de luz em todo o caminho. Essa organização permitiu a criação de um quarto para a filha do casal em posição central, de modo a facilitar a supervisão da mãe a partir da sala principal e do estúdio.
Dois andares acima, sobre o nível do estúdio, a fachada se retrai para facilitar a entrada de luz natural e para formar um terraço ajardinado para a criança brincar. Duas claraboias permitem que a luz solar banhe os níveis abaixo do meio da escada.
A Juno´s House ganhou o máximo de conforto sem a necessidade de aplicação de materiais para revestimentos secundários. As lajes da residência, por exemplo, foram mantidas nuas, apenas pintadas.
O volume que suporta a escadaria tem acabamento aparente, assim como os painéis de madeira com acabamentos originais que estruturam a laje e o mezanino. Vestígios da casa original podem ser vistos na parede de tijolos na área posterior e na escada externa e antiga, mantida como um testemunho do passado.
Para a proteção da bebê, redes de proteção podem ser vistas na escada, no mezanino e áreas de circulação.
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