O recuo de 10 metros para o respiro da rua, as lajes de tamanhos variados, os vãos preenchidos por painéis coloridos e vidro, além das varandas ajardinadas dão movimento a uma estrutura que se destaca bem no fundo de um vale. “O principal elemento do Edifício João Moura é a própria inserção urbana, ou seja, mesmo na parte debaixo de uma rua, ele chama a atenção de quem passa pela tradicional Avenida Sumaré. Assim, relaciona-se com a paisagem e destaca-se para quem está no viaduto”, explica a arquiteta Lua Nitsche.
O principal elemento do Edifício João Moura é a própria inserção urbana Lua Nitsche
O terreno tem sua peculiaridade em função do desnível de quase 16 m de altura entre a rua do fundo, que dá para o metrô da região, e a João Moura. Foi justamente essa topografia que norteou o projeto. “A entrada principal é marcada por lençol freático alto, então não havia como fazer o subsolo. Isso explica por que o projeto determina os primeiros andares como garagens. Logo surgiu a preocupação de não fazer uma ‘fachada garagem’. Por isso, criou-se uma espécie de recepção, projetada de forma a proporcionar uma entrada de boa relação com a rua e com a calçada”, conta.
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Com área útil de 2,5 mil m², o edifício João Moura tem pés-direitos amplos de 2,7 m abaixo do forro; as vigas são protendidas e chatas; os pilares recuados da fachada; os fechamentos independentes e as prumadas periféricas e ‘pulverizadas’ – propriedades que garantem flexibilidade de uso, tornando a proposta mais versátil e atual.
Executado a partir de um sistema simples, com estrutura de concreto, compreende pilares concentrados nas duas fachadas maiores. Para isso, utilizou-se viga de concreto protendido, que culminou em um vão de quase 15 m. É uma estrutura totalmente aberta, ou seja, o elemento de fachada é justaposto à estrutura. Isso permite brincar com o deslocamento de painéis que são apenas encaixados Pedro Nitsche
O projeto elaborado para a fachada do complexo é um dos destaques, uma vez que compreende formato e elementos bem peculiares. “Não se trata de um prédio com alvenarias furadas, que permite ao projeto determinar as janelinhas. Na verdade, é uma estrutura totalmente aberta, ou seja, o elemento de fachada é justaposto à estrutura. Isso permite brincar com o deslocamento de painéis que são apenas encaixados”, afirma Pedro Nietsche.
A parte norte da fachada – que dá para a vista da Avenida Sumaré – ganhou painéis opacos, especificados a partir de um estudo de cor e de composição da fachada. Os painéis laminados em matizes de azul e verde, tonalidades claras e escuras, compõem com o desenho das lajes recortadas e com as aberturas dos caixilhos. Por se relacionarem com o formato do prédio, salientam a dinâmica que o próprio empreendimento carrega.
Aproveitar áreas externas como complemento do ambiente de trabalho é pouco usual em edifícios comerciais. Porém, o escritório Nitsche Arquitetura apostou nesse conceito para diferenciar, ainda mais, o projeto. “Isso estimula a reunião ao ar livre, porque o trabalho não precisa necessariamente ser dentro de quadro paredes, enfurnado e de frente a uma tela de computador. Nesse sentido, a varanda é benéfica para tipo de ambiente”, conta Pedro.
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