O projeto arquitetônico da Casa M16, localizada na cidade de Carpina (PE), é marcado por linhas retas e por um design minimalista. O trabalho foi assinado por Edson Muniz, do escritório NEBR arquitetura, que, sem perder de vista o conforto, o charme e as demandas dos moradores, priorizou uma construção econômica e uma arquitetura simples.
Todos os projetos complementares foram realizados por Muniz, que também acompanhou cada uma das etapas da obra. Além disso, devido às limitações técnicas da mão de obra local, a equipe foi composta por mais um mestre, dois pedreiros e dois serventes. “O sistema de coordenação modular foi aplicado em todo o processo projetual e construtivo, obtendo a racionalização construtiva”, pontua o arquiteto.
Construída para ser o recanto de uma família durante os finais de semana, a Casa M16 teve seu programa organizado em 290 m². A premissa era atender às necessidades dos moradores de forma confortável, mas sem exageros que demandassem muita manutenção. Assim, o programa foi divido em dois pavimentos de traçado regulador.
Uma marca do projeto são os ambientes abertos e amplos, que revelam uma verdadeira conexão da casa com o entorno. Segundo, Muniz tomar como partido a sequência de espaços abertos melhorou significativamente a orientação solar do lado sul do terreno.
O acesso da casa é marcado por um extenso vazio, onde há somente uma escada suspensa, que recebeu um vibrante tom de amarelo. O elemento interliga as áreas sociais e de serviço no térreo com o setor íntimo centralizado no volume prismático suspenso. Um amplo terraço na esquina acolhe a área de lazer da família. A sombra, gerada por um expressivo pergolado metálico em chapas de aço galvanizadas e pintado também na cor amarela, caracteriza o lugar de maior convivência da casa.
O térreo, dotado de poucas paredes, e o rigor na planta do primeiro andar proporcionam fechamentos que continuamente dialogam entre si até o plano horizontal amarelo das pomposas pérgolas, que formam a essência da casa junto com os ladrilhos hidráulicos na cor azul. “Esse mix de amarelo e azul, presente no terraço e no coroamento da casa, se une às linhas retas e compõe volumes puros que buscam conceder identidade à residência”, comenta o arquiteto.
As fachadas são compostas por ladrilhos hidráulicos locais e por um conjunto de blocos de vidro dispostos em diferentes arranjos, que solucionam questões de privacidade e controle na passagem de luz contida através da superfície translúcida.
O sistema estrutural é em concreto armado, tradicional e bastante usado na região pernambucana.
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