Idealizado pela arquiteta Denise Barretto para a mostra Casa Cor São Paulo 2014, o loft Casa ao Cubo caracteriza-se pela integração de três cubos, inseridos um dentro do outro.
O primeiro plano é definido pela própria volumetria arquitetônica e dispõe toda a área social com living e lareira, mesa comunitária para jantar e trabalho, além da cozinha gourmet. Já o segundo nível, com iluminação direcionada, parece flutuar sobre o outro, enquanto o terceiro revela a área íntima, localizada no centro da perspectiva de quem acessa o ambiente.
“Quando iniciamos o processo de demolição do espaço, me deparei com uma série de cubos, que funcionavam como grelhas e permitiam a entrada de luz natural dentro do local. Essa grade me fez explorar a ideia de uma concepção geométrica como moradia e, a partir disso, criei a brincadeira com os três cubos – daí o nome Casa ao Cubo”, explica a arquiteta.
O loft, que tem 168 metros quadrados e 6 metros de pé-direito, mantém os ambientes sem notórias cargas de alvenaria ou qualquer outro tipo de divisão agressiva, a não ser pelo vidro que, devido à transparência, contribui para a integração dos espaços. “O intuito foi criar um projeto no qual houvesse plena conversação entre todos os ambientes”, enfatiza Barretto.
Dessa forma, o primeiro e o segundo pisos seguem conectados apenas por meio de uma rampa, posicionada suavemente atrás de um painel decorativo. No último pavimento, os patamares de bambu conduzem as pessoas à área íntima que, por sua vez, funciona como “cubo da intimidade” e é privilegiada pela paisagem externa.
Outro diferencial do projeto foi priorizar o uso de materiais naturais, como couro, mosaico em pedra de lareira, além de bambu envelhecido e madeira, predominante em todos os móveis. “Esses elementos ajudaram a criar um design inovador com um toque de arrojo, requinte e romantismo”, comenta Barretto. Segundo ela, as obras de arte também ajudam a acentuar essas características.
Ponto relevante na Casa ao Cubo, o paisagismo promove o diálogo entre os meios internos e externos, mais precisamente entre o terceiro e o último bloco. Neste espaço, há um vão preenchido por uma esquadria com grandes panos de vidro, que proporcionam a integração da vegetação e da área externa.
De acordo com Denise Barretto, o local recebe luz por duas grandes aberturas e, em uma delas, a profissional decidiu trabalhar com um pequeno jardim, visto da área interna. “Como eu já tinha uma cortina que funcionava como um filtro, selecionei plantas mais delicadas, porque era o pano de fundo ideal”, conclui.
A iluminação da Casa ao Cubo também cumpre papel fundamental em todos os setores, sobretudo entre o segundo e o terceiro cubo, à medida que concentra a luz baixa no primeiro degrau da escada. Além disso, a proposta ganha destaque pela sóbria composição com móveis e tonalidades, conferindo uma atmosfera intimista ao ambiente.
A Casa ao Cubo conquistou a 19ª edição do Deca – Um Sonho de Banheiro e a 7ª edição do Prêmio Olga Krell, ambos na categoria Mostras.
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