Com nome inspirado na música do Rei do Baião, a Mula Preta enaltece a cultura nordestina. A edificação com 680 m² – que fica no bairro Jardim América, em São Paulo – tem traços minimalistas e fachada misteriosa, para aguçar a curiosidade dos passantes que a avistam de fora. Em seu interior, apresenta móveis e objetos assinados por André Gurgel e Felipe Bezerra.
Trazer a cultura nordestina à cidade de São Paulo. Foi esse partido que definiu a Mula Preta – cujo nome foi inspirado na música “Moda da Mula Preta”, de Luiz Gonzaga. A marca é fruto da parceria entre o arquiteto Felipe Bezerra e o designer André Gurgel.
Ao idealizar o projeto arquitetônico de sua própria loja, Bezerra queria um edifício minimalista, que deixasse o mobiliário protagonizar seu interior. Implantada no limite sul de um terreno com 1.000 m², a edificação com dois pavimentos em “L” flutua em balanço sobre uma vitrine que se rasga na porção oeste da fachada. Devido ao prazo exíguo – apenas cinco meses – a construção foi erguida em estrutura metálica e vidro.
Vista por fora, a loja é convidativa e, ao mesmo tempo, misteriosa, para estimular a curiosidade dos passantes. Na fachada, telhas metálicas onduladas fecham o volume frontal, deixando apenas uma faixa envidraçada que permite a visibilidade parcial do interior, convidando os clientes e visitantes a entrarem. A parede lateral ganhou revestimento preto de origem nordestina. O arquiteto trouxe o elemento de sua terra natal – Rio Grande do Norte –, para enaltecer a identidade potiguar da marca.
Com base na ideia de um programa fluido, Felipe criou um showroom com peças organizadas no térreo e no mezanino envidraçado. Internamente, o pé-direito duplo integra visualmente os dois planos. O painel luminoso backlight permite a visualização de itens de destaque e realça as paredes negras. O teto é forrado por telas metálicas perfuradas e, sobre elas, estão as estruturas de ar-condicionado e dutos de elétrica.
Na porção leste do lote, o térreo se abre para um pátio com cobertura retrátil. Adaptável, o espaço abriga cozinha, mesas de jogos e costuma ser utilizado para receber clientes e parceiros da marca.
Em um gesto de gentileza urbana, à frente da loja, uma pequena praça ao ar livre – que, futuramente será uma tapiocaria aberta ao público – é cedida para o lazer dos moradores da região. O ambiente possui fonte e um pergolado curvo que dá origem a um banco e à cobertura. “Ele convida as pessoas a entrarem para conhecer. E suas curvas quebram a monotonia das linhas retas da fachada”, conta Felipe Bezerra. Um amplo jardim, de autoria do paisagista Alex Hanazaki, segue um conceito árido e tira partido de cactos e suculentas com o objetivo de reproduzir a vegetação desértica do Nordeste.
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