Espaço confortável, bem iluminado e integrado à natureza. Essas são as características da Casa da Copaíba, construída em um condomínio situado a 15 km do Plano Piloto da cidade de Brasília, no Distrito Federal, pelo arquiteto Fabiano Sobreira, do escritório MGS – Macedo, Gomes & Sobreira. “A principal estratégia foi priorizar a iluminação natural. Nesse caso, a artificial é complementar e secundária”, acrescenta o arquiteto.
A residência foi construída em torno de uma árvore de grande porte, de propriedades medicinais e de generosa sombra, chamada Copaíba, que nomeia a casa. A partir dela, nasceu o ponto de partida do projeto, devido à vista da serra em direção ao sol nascente. Além disso, o terreno é cercado por uma vegetação típica do cerrado, que foi preservada e orientou a implantação dos traços arquitetônicos, voltados para o conforto ambiental interno e do espaço urbano circundante. “No projeto de paisagismo, partimos do seguinte princípio: preservar o cerrado existente e valorizar sua flora, como a Copaíba”, afirma Fabiano.
A partir do pátio sombreado é possível ver o painel de azulejos feito pelas crianças da família em homenagem e referência a Athos Bulcão (1918 - 2008), pintor, escultor, desenhista e artista brasileiro. A obra de arte infantil também remete ao colorido da cultura popular do estado de Pernambuco, que é a terra natal dos moradores.
A varanda protege os espaços de permanência, ao mesmo tempo em que conecta os ambientes internos com o cerrado e os protege do sol e da chuva. Com isso foi desenvolvido um bloco térreo em “L” com acesso ao pátio sombreado. Sobre ele, no sentido leste/oeste apoia-se um bloco retangular que abriga a biblioteca.
De acordo com o arquiteto, o diferencial do projeto é a integração visual entre os espaços abertos e fechados e a interligação do mezanino (biblioteca) com a sala de estar, onde se destaca uma estante/guarda-corpo. A ideia é ressaltar os livros como parte do cotidiano da família, constituindo um convite permanente à leitura.
O bloco suspenso gera o pé-direito duplo da sala de estar. A altura generosa garante o conforto térmico ao ambiente e integra visualmente a biblioteca, criando uma sombra para o deck que se une à varanda térrea e avança em direção ao cerrado.
Voltado para a nascente, o bloco “L” abriga os quartos, a sala e a cozinha. Já os sanitários são dispostos na face oeste e protegem os dormitórios do sol poente. Na porção norte do “L” estão a área de serviço, as acomodações de hóspedes e o espaço multiúso/garagem, que comporta o pátio de acesso. Sobre a cobertura do bloco suspenso, onde está localizada a biblioteca, foi projetado um terraço-jardim com vista para a serra e toda a paisagem circundante.
Os principais revestimentos da residência possuem a madeira como material predominante. Há ipê no assoalho, cumaru nas varandas e decks, cedrinho no forro e jequitibá nas esquadrias. “A ideia valorizar mais o espaço livre. O mobiliário cumpre função mínima, com o objetivo de dar conforto, mas sem barreiras para a fruição dos ambientes”, finaliza o arquiteto.
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