O escritório METRO Arquitetos venceu em 2016 o concurso fechado promovido pela Affari – empresa catering de refeições –, que definiu quem realizaria o projeto de interiores do novo refeitório do Insper (instituição de ensino superior localizada em São Paulo). A proposta era criar uma área de convivência onde os alunos pudessem comer, se reunir, estudar e passar o tempo.
Antes da reforma, o antigo estabelecimento, que ocupa um andar inteiro do prédio, tinha um design ultrapassado e seu uso era restrito aos horários das refeições. Propusemos um projeto onde as pessoas pudessem se encontrar para estudar, que fosse um lugar de encontro, uma vez que no prédio não tinha nenhum espaço para isso Gustavo CedroniAo perceberem isso logo na primeira visita que fizeram no local, os arquitetos Gustavo Cedroni, Martin Corullon, Marina Ioshii, Renata Mori, Amanda Amicis, Rafael de Sousa, Luis Tavares e Marina Pereira decidiram criar um ambiente flexível, contemporâneo e jovial. Assim nasceu o Refeitório Insper.
A intenção era que o projeto tivesse uma ligação com a arquitetura e a alimentação, mas de forma natural, sempre considerando o público-alvo: os estudantes. Todos os detalhes e mudanças foram pensados visando transmitir liberdade e bem-estar.
Como o lugar não contava com muitas áreas de convivência e parecia mais com um ambiente corporativo do que com um refeitório para jovens, o ponto de partida foi intervir no andar inteiro, criando mais espaços para lazer. “Propusemos um projeto onde as pessoas pudessem se encontrar para estudar, que fosse um lugar de encontro, uma vez que no prédio não tinha nenhum espaço para isso”, conta o arquiteto Gustavo Cedroni, um dos responsáveis pela projeção do Refeitório Insper.
A retirada do forro existente (por ser muito baixo) deu lugar às instalações aparentes e aumentou a altura livre do andar, tornando-o mais proporcional ao tamanho do espaço e ao volume de pessoas que utilizam o local. Todas as infraestruturas visíveis e a laje foram pintadas com um tom de grafite escuro.
As áreas mais fechadas, como cozinha, banheiros e os grêmios para reuniões, foram organizadas em volumes e revestidas com chapas de compensado naval. Já o espaço usado pelo grêmio estudantil tornou-se totalmente aberto.
Por estar em bom estado, boa parte do piso de porcelanato foi mantido do projeto anterior.
Assim como a concepção do Refeitório Insper, o mobiliário foi desenvolvido para abrigar diversos usos, não somente o da alimentação. As mesas foram projetadas com alturas e dimensões distintas e, junto com os sofás e poltronas, unem os espaços de forma descontraída e diferente. “Outro recurso interessante que usamos foi criar algumas tipologias de mesas. Por exemplo, tem as mesas redondas onde cabem 4 pessoas numa altura convencional para comerem, depois tem as mesas comunitárias grandes, com capacidade para 10 ou 12 pessoas, e elas são altas”, comenta Cedroni.
O arquiteto explica também que tinham uma verba restrita para a reforma. Porém, como mantiveram boa parte do piso e retiraram o forro, conseguiram economizar o suficiente para investir nos móveis, sobretudo nas cadeiras.
O projeto de iluminação, assinado pela profissional Fernanda Carvalho (Design da Luz), ganhou destaque com os pendentes que foram colocados sobre os planos de mesas para evitar uma luz difusa e monótona nas pessoas. O desenho luminotécnico foi delimitado para realçar as áreas de convivência dos alunos, para que pudessem comer, estudar ou descansar sem forçar a vista e se sentirem mais confortáveis.
Por fim, foram colocadas placas de lã de pet na própria laje, um material com preço acessível. “Esse material veio pintado na cor grafite, então, sumiu junto com as outras informações do forro. Ele tem uma função de absorção acústica tão boa quanto as plaquinhas mais conhecidas no mercado”, conclui o arquiteto.
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