Implantados em lugares completamente diferentes, mas com forte identidade visual da marca. Assim é cada Espaço Itaú de Cinema projetado pelo escritório METRO Arquitetos Associados, que tinha como um dos objetivos criar um sistema de intervenção que respeitasse as particularidades e histórias de cada local. O projeto é de requalificação dos antigos cinemas Unibanco, que passaram por um processo de fusão das duas empresas.
As obras começaram em 2011 e, no ano seguinte, 2012, já estavam todas concluídas. Por mais que cada cinema fosse diferente entre si, tanto em tamanho como nas edificações, os autores se concentraram na individualidade de cada obra. Então, surgiram os nove espaços, com mais de cinquenta salas de projeção, em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.
A concepção do projeto foi estudada pelo escritório com a intenção de trazer aos cinemas uma linguagem e soluções comuns aos espaços públicos, garantindo fluxos claros e desimpedidos. O arquiteto Gustavo Cedroni explica que houve desde casos de pequenas reformas até novas construções. “Dentro do sistema, criamos também categorias de intervenção, com mais ou menos obras, incluindo ou não fachadas, e com bens tombados”, completa.
Um fato curioso é a diferença existente entre os locais onde foram implantados os empreendimentos, pois a partir daí a equipe se baseou para montar as fachadas. “Cada uma foi tratada em função da situação e do entorno. No caso do Espaço Itaú da Rua Augusta, recuperamos a fachada do prédio antigo, com valor arquitetônico, mas marcamos a intervenção na altura da rua, no acesso ao cinema”, conta o autor. Além disso, Gustavo Cedroni menciona que o trabalho desenvolvido em cinco capitais tem em cada lugar particularidades que, de alguma maneira, influenciou na obra, no projeto ou programa.
O diferencial dos espaços está na criação do sistema de intervenção, que resolve os problemas funcionais, padroniza as soluções e oferece implantação rápida, com flexibilidade. Cada projeto carrega um conceito básico e transmite ao usuário o universo do cinema sem nostalgia.
“Foram usados materiais de qualidade, resistência e durabilidade compatíveis com o uso intenso, que demandam manutenção mínima. Sistemas mais modernos e eficientes substituíram a iluminação e o ar condicionado”, explica o arquiteto. Além disso, a combinação de duas tipologias de luminárias compõem o conjunto. De um lado, uma iluminação geral, do outro, luz pontual e cenográfica.
Os cinemas contam com um sistema complexo e automatizado, tanto nas áreas comuns como nas de projeção. O escritório implementou novas tecnologias nas salas, como por exemplo a substituição do sistema analógico pelo digital, devido a capacidade de funcionar remotamente.
O projeto de paisagismo contempla na área externa jardins nos muros de divisa e, em alguns casos, o cultivo de espécies nativas.
Mesas e bancos de madeira compõem a área de convivência. “Queríamos um material mais natural para esse ambiente”, disse Gustavo. Já os balcões, a bilheteria e sinalização exibem chapa de aço, vidro e corian. “A ideia para esses locais era utilizar matérias da indústria, por serem mais resistentes”, conclui.
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