Em 2013, uma licitação de projetos realizada pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) definiu um time de peso da arquitetura que iria desenvolver o plano de expansão do campus, cujas edificações haviam sido projetadas por Oscar Niemeyer em 1947.
Assim, os arquitetos Martin Corullon e Gustavo Cedroni, do METRO Arquitetos, assinaram o projeto arquitetônico do edifício da Divisão de Ciências Fundamentais – o primeiro a integrar a Quadra Educacional, A dificuldade não foi em relação ao terreno, foi de como íamos implantar novos edifícios num conjunto que já existia Martin Corulloncomplexo que será formado por um grande auditório, também projetado por Corullon e Cedroni, uma biblioteca (desenvolvida pelo MMBB Arquitetos) e uma vila residencial (concebida pelo Piratininga Arquitetos Associados).
O ITA, apesar de ser composto de muitos edifícios, ainda tinha uma grande área livre. Dessa forma, foram destinados 15.879 m² para a Divisão de Ciências Fundamentais. “A dificuldade não foi em relação ao terreno, foi de como íamos implantar novos edifícios num conjunto que já existia”, revela o arquiteto Martin Corullon.
O primeiro ponto abordado no projeto, chamado de plano geral de implantação, visou a conectar os prédios existentes aos novos, de forma que se completassem. Ao visualizar todo o terreno, é possível perceber que o volume da faculdade se conecta aos prédios originais.
O novo edifício ficou destinado para os alunos dos dois primeiros anos da graduação. Assim, o programa foi dividido entre salas de aula e de estudo, laboratórios e um pequeno auditório, cujo objetivo é unir as turmas. A sala dos professores e a sala de infraestrutura, para suporte de todos os frequentadores da faculdade, ficam no maior lado do prédio.
Além das salas de aula convencionais, foram criados espaços de convivência, que podem ser usados pelos alunos para descansar, ler ou simplesmente passar o tempo.
O projeto de expansão do campus conta também conta com uma área residencial – destinada a professores e alunos –, originalmente projetada por Niemeyer e que recebeu um complemento, em outro setor com nove unidades, assinada pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados. “A área residencial é linda e faz parte do estatuto do ITA, que determina que todo aluno tem direito a uma vaga na moradia. Por ser um lugar longe [fica em São José dos Campos (SP)] e vir gente de todo o Brasil, ela faz parte do conceito da escola”, comenta o arquiteto.
No novo projeto da Divisão de Ciências Fundamentais, foi adotado o mesmo método utilizado por Niemeyer em 1947: uma grande lâmina horizontal com pouca altura, porém elevada do chão, que criou um passeio coberto que cruza o campus.
Como uma espécie de marquise, os pilotis da estrutura proporcionam livre circulação e conectam os novos projetos – Esse prédio tem uma dimensão muito grande. São 230 m de comprimento, o equivalente a quase dois quarteirões e meio, tudo numa única lâmina Martin Corullonda biblioteca e do auditório – a essa lâmina. “Esse prédio tem uma dimensão muito grande. São 230 m de comprimento, o equivalente a quase dois quarteirões e meio, tudo numa única lâmina”, informa Corullon.
O edifício da Divisão de Ciências Fundamentais foi construído com estrutura e painel de fechamento de concreto e aço, com vidro nas aberturas. Não há muito acabamento nem revestimentos, ou seja, os poucos materiais usados ficam aparentes.
Com budget e prazo limitados, os materiais foram escolhidos para que a obra fosse econômica. Assim, optou-se pelas estruturas pré-fabricadas montadas no local. Com exceção da fundação, que precisa ser escavada e moldada com concreto, o restante foi preparado no canteiro.
Ao mesmo tempo em que as estruturas metálicas e os painéis pré-moldados de concreto contribuíram com o desempenho da construção e a tornaram mais eficiente, eles deixaram o campus mais bonito. “Por ser um prédio longo, a construtora conseguiu fazer uma obra bem eficiente. Ela começou a montar a estrutura de um lado e, na medida em que terminava, já entrava com os painéis de fechamento. Tudo de forma racional e lógica”, explica o arquiteto.
Por fim, a fachada do prédio tem uma tela de sombreamento metálica e perfurada que garante eficiências térmica e energética aos ambientes.
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