Traços limpos, pavimentos integrados e conexão com o entorno são as três principais características da Residência JMDF, localizada no bairro de Itacorubi, em Florianópolis (SC). A autoria do projeto é do escritório Melo Mesquita Arquitetura.
“A construção dessa casa nos foi solicitada por um jovem casal que chegou trazendo referências contemporâneas. Isso foi o suficiente para exploramos o uso de linhas retas e fazer a integração entre os andares, quase como se fosse um jogo de encaixe”, comenta a arquiteta Ana Carolina Melo.
As fachadas compõem duas varandas embutidas dentro dos volumes que proporcionam cheios e vazios. Um porcelanato que imita concreto demarca a união dos volumes superior e inferior. A madeira, por sua vez, contrasta com as amplas esquadrias de alumínio na cor preta, ressaltando a linguagem moderna.
"Nossa dificuldade foi criar acessos lineares num terreno com acentuado declive em relação ao passeio. Precisávamos buscar integração total com a área social”, conta o arquiteto Fábio Bubniak.
A solução encontrada foi usar o acesso do nível mais baixo do terreno e trabalhar as taipas do muro de pedra para realçar e emoldurar os caminhos da entrada do projeto. Para a integração total, os arquitetos desenvolveram o andar térreo com grande abertura para a área de lazer, que, por causa do desnível, está protegida da rua. Por fim, criaram uma passarela que permite conectar os andares, mesclando área social e íntima.
“O destaque do projeto se dá pela integração da casa tanto no plano horizontal quanto no vertical”, comenta a arquiteta Thaysa Mesquita.
A concepção do layout interno reforça a integração. Foram criados espaços fluidos e totalmente conectados, como a área social da residência, que conta com hall entrada, sala de estar, cozinha, sala de jantar, churrasqueira e área da piscina.
Os materiais foram escolhidos por transmitir aconchego, mas sem deixar de lado a praticidade na manutenção da casa. No térreo foi usado piso de porcelanato, enquanto nos quartos, um piso vinílico que imita madeira. Na área externa, os arquitetos usaram piso drenante, garantindo a drenagem do solo; ao redor da piscina, foi utilizado piso cimentício para obter conforto térmico. Por fim, tijolos maciços, feitos de barro, foram usados nos volumes da escada e lareira.
Alguns materiais predominam no projeto, como a cerâmica que imita concreto aparente, revestimentos cerâmicos com base cimentícia, pedras naturais e vidro. Madeira natural foi utilizada para revestir e dar volume aos planos da entrada e garagem, formando um painel, além de emoldurar as sacadas das suítes do pavimento superior, demarcando com clareza os cheios e vazios da volumetria pura.
O grande diferencial do projeto de iluminação está na abertura zenital criada na cobertura, que, junto das amplas esquadrias do hall de entrada e estar social, gera a entrada de luz natural no vão central da residência na maior parte do dia. Na iluminação artificial foram adotadas luminárias com lâmpadas LED. Todas essas estratégias foram adotadas para propiciar sustentabilidade à edificação.
Com esse mesmo objetivo, a casa possui um sistema de reaproveitamento de água da chuva. Por causa das áreas generosas de jardim, o uso de piso externo é permeável e permite a drenagem do solo.
O projeto de paisagismo é básico e foi concebido apenas como um plano de fundo. O destaque são os vasos vietnamitas encontrados logo no piso da entrada, além de uma floreira abaixo do balanço no acesso principal.
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