Pode-se avistar na região Trentina italiana o monumento que representa a história em sua mais pura riqueza. O castelo, oriundo do longínquo século V, tem em seu núcleo mais antigo a concepção românica. Sua base é apoiada inteiramente em rochas, os muros são permeados por pedras quadradas e as portas se abrem para quartos com lareira e teto de madeira.
“O objetivo era reabrir o edifício ao público e mostrar a sua essência histórica. Nesse caso, a área de intervenção para recuperação e ‘refuncionalização’ foi a parte central e mais medieval. Para isso, procuramos não distorcer a predisposição do castelo. A utilização de materiais que já estavam presentes e delimitavam os espaços do partido, como a pedra e a madeira para os pavimentos e o mezanino, foi incorporada no conceito geral do projeto. As traves, por sua vez, foram substituídas por outras seções maiores, mas recuperadas e usadas no acabamento da pavimentação interna do salão principal, o que evitou o desperdício de material”, detalha o arquiteto Ruffo Wolf.
É necessário compreender que o projeto de reformulação, desenvolvido em etapas, compreende uma possível e futura conexão entre os diversos setores e funções que remontam aos séculos XVI e XVII, como salão subterrâneo, sala do juízo – marcada por teto de madeira e valiosos afrescos mitológicos – e uma construção conhecida como “Novo Castello”, que abriga um edifício e uma residência anexada a uma capela.
Ruffo explica que as propostas de intervenção seguiram uma sequência lógica e cronológica. Primeiramente foram executadas as obras necessárias para a segurança estática e estrutural do alicerce, além da recuperação dos elementos, seja de sustentação ou não. Em seguida, foram realizadas as intervenções de acabamento, decoração e ajustes, sempre respeitando os artefatos já existentes e as áreas de extrema qualidade e valor.
“Os sistemas tecnológicos e de comunicação atuais foram incluídos de maneira discreta nas obras necessárias para a segurança do edifício. O maior exemplo dessa integração está no novo mezanino estrutural, que complementa a estrutura já existente, duplicando o número de traves, além das plataformas de madeira que protegem e escondem a passagem de fios e cabos”.
A proposta sustentável está intrínseca no uso de um equipamento de calefação para a área reformulada. Como explica o arquiteto, “trata-se de um sistema eco-sustentável, composto por aquecedores alimentados por lascas de madeira, ou seja, queimam-se sobras de madeira de outras atividades. No caso específico desse castelo, a escolha foi ainda mais apropriada, já que este material é recuperado diretamente no local por meio de atividades agrícolas localizadas nos campos e bosques”.
Há, ainda, o conceito de iluminação com tecnologia LED, que garante inovação e sustentabilidade no complexo.
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