A reforma da tradicional Clube Disco – casa noturna que faz parte da noite paulistana há mais de O estilo industrial, a escolha de materiais como a madeira, as cores e as formas, além do uso de novas tecnologias digitais, realçam a atmosfera de clube underground Guto Requena e Maurício Arruda uma década – brindou a casa noturna com um tom de brasilidade contemporânea. Embora o projeto original seja de autoria de Isay Weinfeld com a participação dos Irmãos Campana, a nova versão – que expõe a infraestrutura e privilegia a utilização de materiais já existentes –, foi conduzida pelos escritórios Estúdio Guto Requena & Maurício Arruda Arquitetos + Designers Arquitetos. “O estilo industrial, a escolha específica de materiais como a madeira, as cores e as formas, além do uso de novas tecnologias digitais, realçam a atmosfera de clube underground”, explicam os arquitetos Guto Requena e Maurício Arruda. Com muita sutileza, Guto e Maurício mantiveram importantes aspectos do projeto original. Um exemplo é o túnel de acesso, ícone da identidade do clube, que já faz parte da memória de inúmeros frequentadores. Mantido, ele ganhou pequenos rasgos que expõem os revestimentos genuínos da construção como se fosse uma escavação arqueológica. Uma obra de arte criada pelo designer Kleber Matheus que reconta a história do clube.
Lado a lado, texturas diferentes, camadas de novos e antigos materiais e a exposição do interior da construção concedem uma atrativa arquitetura ao espaço. Na pista de dança, o teto e metade das paredes têm revestimento de réguas de madeira ebanizada verticais em várias larguras. Entre as tábuas e a parede, uma manta especial garante o conforto acústico imprescindível ao funcionamento do clube. No restante da parede, réguas de aglomerado cimentício com o mesmo desenho da madeira criam um efeito ótico gráfico, ao serem combinadas à iluminação. No teto, a retirada do acabamento revela vigas de concreto, elétrica, ar-condicionado e infraestrutura hidráulica. Guto Requena enfatiza que a proposta contrasta a estética alternativa e inacabada ao revestimento perfeito e detalhado utilizado no ambiente. Já os bares e banheiros foram valorizados por um material tipicamente brasileiro: a cerâmica. Usada em mosaicos coloridos e em combinações de peças e rejuntes, ela enriquece a identidade do espaço.
O ambiente principal do clube – a pista de dança com 13 x 13 m – teve o layout totalmente redimensionado, com ênfase na circulação e criação de novos ambientes, a exemplo dos três bares e três áreas VIPs. O novo desenho privilegia a posição do DJ e ainda permite converter o camarote maior em um palco para shows dotado de toda a infraestrutura necessária. Onde o clima deve ser mais intimista, como nos bares e nas áreas VIPs, o pé-direito é menor. De forma inversa, na pista de dança ele é maior, expondo com charme as vigas e a infraestrutura. “Aqui, a altura colabora para o ar eletro-subterrâneo criado pelo projeto de iluminação”, revela Maurício. Para a área de fumantes foi criada uma antecâmara com o objetivo de preservar a acústica da pista. Ampliados, os banheiros masculino e feminino receberam mais cabines, novos projetos de iluminação e ar-condicionado. Ao balcão foram adicionados três novos caixas, que minimizam as filas na entrada e saída para o clube.
Salas VIPs e pista exibem sofás de desenho setentista brasileiro, ao mesclar tecido e espaguete na cor preta. A atmosfera sexy e masculina própria das salas é atribuída a uma cuidadosa seleção de poltronas vintage de couro no tom preto e madeira, todas garimpadas pela cidade. Mesas de apoio para taças, copos e garrafas combinam o novo desenho e a sofisticação do acrílico preto brilhante à rusticidade do concreto.
Na pista, a iluminação lembra um frame que percorre todas as arestas do espaço. O artifício utiliza A altura colabora para o ar eletro-subterrâneo criado pelo projeto de iluminação Maurício Arruda 250 metros lineares de eletrocalhas metálicas de perfil ‘U’ com fita de LED endereçável em seu interior, destacando e ampliando a arquitetura e a decoração do ambiente. Ele possibilita infinitas programações e mistura de cores, com efeitos interativos de acordo com a música e moodda pista – tudo controlado pelo software MADRIX.
Já o novo projeto acústico utiliza manta de lã de rocha, madeira, tecidos e espuma de celulose. O sistema de som Funktion One, confeccionado na Alemanha, emprega duas torres laterais ao DJ.
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