O Botequim Sapucaí surgiu como um importante ponto gastronômico no centro histórico de Belo Horizonte (MG). Localizado na rua que deu origem ao seu nome, é um dos locais escolhidos para happy hour, já que tem a privilegiada vista para o viaduto Santa Tereza, o Parque Municipal e a Estação Central.
“Nós buscamos trazer uma relação do interior com o exterior por meio do emolduramento da paisagem e do diálogo dos elementos decorativos com o entorno arquitetônico”, comentou Mateus Castilho, arquiteto responsável pelo projeto.
Quando os clientes alugaram o prédio, ele estava bastante deteriorado devido a infiltrações em paredes e teto, danos no sistema elétrico e hidráulico e alteração no piso de ladrilho original. Para a reforma, foram utilizados materiais de baixo custo de forma inovadora, buscando uma obra econômica.
“Em primeiro lugar, refizemos todo sistema elétrico através de eletrocalhas e eletrodutos para possibilitar uma maior flexibilidade em modificações futuras. A parede mais danificada foi revestida por placas de OSB parafusadas em montantes e guias de light steel frame e ganhou uma cor escura, assim como o teto.” Dessa forma, o olhar do espectador vai direto para os elementos de decoração, como as gravuras com motivos arquitetônicos de BH que enfeitam o salão principal.
Apesar da pouca metragem horizontal, o imóvel ganha no apelo longitudinal, o que permite a criação de dois ambientes distintos. “O primeiro, ornado com uma grelha em ferro oxidado, samambaias e iluminação pendente, busca acolher o cliente para o estabelecimento e o convida a conhecer seu interior; o segundo ambiente abriga o bar”, esclarece o arquiteto.
Nesse segundo espaço está o balcão feito em madeira parajú e revestido em malha reticulada – também presente nos bancos e na grade externa.
No fundo está a cozinha. Exposta ao público, foi dimensionada para que os funcionários possam trabalhar em um ambiente confortável, com bancada central para montagem de pratos. O antigo escritório foi mantido e transformado em estoque de bebidas e de mobiliário.
No corredor entre o salão e o banheiro, onde existia um vão entre um pilar de sustentação e o depósito, foi projetado um armário que servisse tanto para armazenagem de mantimentos (no corredor) quanto para depósito de materiais de limpeza (no banheiro). Por último, o banheiro foi projetado para acolher três cabines sanitárias (dois femininos e um masculino) que dividem um único lavabo composto por duas pias.
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