A Casa Onda se debruça sobre o Oceano Atlântico do alto de um monólito de granito entre os bairros de São Conrado e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). Pela orientação do terreno ao sul e pela decisão de colar a residência nas duas divisas para anular os altos muros vizinhos, o projeto arquitetônico oferece imensas vistas para o mar, como um navio. Resolvemos essa questão pela diferença de níveis das ondas do telhado, entre as quais temos vento e luz entrando Ivo MareinesNão sobram vestígios dos bairros vizinhos, apenas céu, mar e as ondas contra as rochas abaixo.
Inspirados pelo movimento das ondas, os arquitetos Ivo Mareines (Mareines Arquitetura) e Rafael Patalano (Patalano Arquitetura) desenharam uma cobertura ondulante que cria aberturas reguláveis de vidro para controlar a entrada de luz e ventilação natural com uso da automação.
O terreno em que a Casa Onda foi inserida é estreito e fica a cerca de 65 m acima do nível do mar. Foi preciso obedecer diversas normas ambientais para emoldurar o projeto em meio à zona restritiva, como IBAMA, marinha, proteção de mananciais, departamento de rochas do Rio de Janeiro, secretaria de urbanismo e outras. A estrutura tinha de seguir paralela ao declive do lote para não desrespeitar nenhuma legislação.
Devido ao extenso programa solicitado pelos clientes, à relativa estreiteza do terreno e aos altos muros laterais, a planta foi estendida de vizinho a vizinho e foram criadas aberturas para a frente, na rua de acesso, e para os fundos, voltado para o mar.
Como a residência foi grudada dos lados, ela podia ficar escura, gerando problema de insolação e ventilação. “Resolvemos essa questão pela diferença de níveis das ondas do telhado, entre as quais temos vento e luz entrando”, conta Mareines.
O vento dominante da região carioca vem do Sudeste, cerca de 45° em relação às fachadas, que foram divididas em quatro níveis e escalonadas em si. O que a Casa Onda tem de melhor não fomos nós que inventamos, é a sua vista. Poucas residências podem desfrutar daquela paisagem Rafael PatalanoOs ventos vêm de frente e geram ventilação passiva por uma série de aberturas frontais, como janelas operáveis ou operacionais, que abrem e fecham, promovendo exaustão natural nos ambientes.
“Tivemos a ideia de fazer uma cobertura que influenciasse na estética e que ao mesmo tempo resolvesse problemas de conforto térmico”, complementa Patalano.
A cobertura da Casa Onda tem uma geometria complexa com taubilhas de pinus e gerada por grandes vigas curvas de madeira laminada de eucalipto, que são apoiadas sobre pilares de seção circular em aço galvanizado.
Para proteger a residência da maresia intensa, a estrutura é metálica em aço galvanizado parafusado no telhado para não soltar. E para proteger os elementos expostos ao tempo, foi usada madeira laminada, que não enferruja e oferece maleabilidade de formatos e tamanhos. Por fim, a estrutura metálica remete à cor esverdeada do mar.
O programa da residência foi organizado em quatro andares, todos acessíveis por escadas e um elevador com pistão hidráulico em vidro.
O acesso abriga a área de serviço, a cozinha e as salas de estar e jantar. Já o nível imediatamente acima acomoda os dormitórios para os funcionários da casa, um quarto de hóspedes e a sala de televisão.
O nível inferior ao de acesso é o que mantém contato direto com a natureza. Lá estão a piscina sinuosa de borda infinita, que separa o mar do jardim gramado, e um pé de acerola acompanhado de um charmoso jardim vertical.
Além disso, a casa também conta com um amplo salão com área gourmet e de estar, um bar, uma sauna e um vestiário. Descendo mais um lance de escadas encontra-se, por fim, o setor íntimo com três suítes, uma family room (sala de entretenimento) e uma brinquedoteca.
“O que a Casa Onda tem de melhor não fomos nós que inventamos, é a sua vista. Poucas residências podem desfrutar daquela paisagem”, conclui Patalano.
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