Os profissionais do escritório Marcos Bertoldi Arquitetos buscaram na Residência LM resgatar as construções de concreto aparente, que permearam a cidade nos anos 1970, mas não encontraram continuidade nas décadas seguintes. “Fazemos projetos contemporâneos, inseridos em contextos culturais específicos que estabelecem um diálogo com a nossa época”, comenta o arquiteto Marcos Bertoldi.
Desde o princípio o objetivo do projeto, localizado em Curitiba, Paraná, foi criar uma casa que tivesse pouco contato com o terreno. Para alcançar as expectativas, todo o pavilhão de concreto armado, o qual abriga a parte nobre da casa, foi levantado sobre seis pilares. “Trata-se de uma obra de grande complexidade, que envolve fatores como o cuidado com a área verde, a segurança dos operários durante a obra e o acerto do padrão de cor e alinhamento do concreto. Tudo isso acompanhado de perto. O terreno inclinado acentuou a delicadeza da obra e exigiu um rico detalhamento técnico” conta o arquiteto.
No edifício principal, a estrutura da fachada foi feita em concreto armado, vedada com concreto moldado in loco e vidro. Pilares metálicos suportam a laje de cobertura nos vãos maiores.
O pavilhão principal possui planta retangular permeada por um grande vazio, o qual permite a todos os espaços serem banhados pelo sol, além de integrar as áreas de estar à sala de jantar.
Visualmente, essa grande área ainda integra o deck da piscina com uma generosa mata natural, acentuando assim a relação com a natureza. Ao abrir as portas de correr percebe-se que toda a casa se transforma em terraço.
A ideia principal é aproveitar ao máximo a luz natural. As luminárias procuram se confundir e causar a menor interferência possível nos forros. A iluminação vinda do teto é dirigida para pontos de interesse. Nas paredes, pás são responsáveis pela luz geral refletida. Já na sala de jantar, a luminosidade é provida por uma régua pendente.
Os arquitetos procuraram conservar a paisagem característica do local. “Escolhemos valorizar ao máximo todos os aspectos naturais do terreno, como relevo, fauna e flora, linhas de drenagem natural e água”, relata.
“O grande vazio central soluciona o problema de insolação da área social, que em outra situação estaria voltada para sul, mas em uma cidade fria como Curitiba isso seria impraticável. Assim, direcionamos a casa para a mata nativa e para o norte, simultaneamente”, explica Marcos.
“Buscamos uma seleção de peças que funcionam individualmente, por meio de referências do mobiliário internacional e brasileiro, modernista e contemporâneo, sem perder de vista o equilíbrio e a harmonia do conjunto”, revela.
A composição assimétrica do mobiliário torna o espaço fluido e dinâmico. O espaço vazio se integra aos móveis sem rupturas de um ambiente para o outro, em um movimento contínuo do olhar. “Essa composição foi pensada a partir do deslocamento do usuário, sempre atento às infinitas perspectivas geradas pelos cheios e vazios espaciais, formas, proporções, cores e texturas de cada item incluído na composição, em um equilíbrio entre espaços livres e ocupados”, finaliza.
Escritório
Termos mais buscados