Assinado pelo Levisky Arquitetos|Estratégia Urbana, escritório conhecido por realizar importantes projetos na área educacional e cultural, o Senac São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, foi concebido de modo estratégico, a fim de fortalecer a proposta pedagógica contemporânea da instituição educacional num bairro onde a oferta de cursos profissionalizantes e equipamentos é baixa.
Com 26 mil m² de área construída (em um lote de 8 mil m²), a unidade é a maior já edificada em São Paulo. Entre as atividades oferecidas estão cursos técnicos de longa e curta duração nas áreas de informática, beleza e bem-estar, saúde, gastronomia e hotelaria. Do total de vagas, 80% são gratuitas.
Com o objetivo de estimular a criatividade e a multidisciplinaridade no processo pedagógico de vocação educacional, a arquitetura concebida pelo Levisky expande as opções de ensino e aprendizagem a partir da criação de espaços internos e externos projetados de modo integrado às tradicionais salas de aula. Em sinergia com a missão e os valores do Senac São Paulo, o projeto gera oportunidades diversificadas e novos estímulos aos alunos.
Calçadas largas e uma praça na entrada principal também acolhem a população do entorno. Cruzando o pavimento térreo do complexo composto por três blocos interligados, uma alameda conecta esta praça a uma praça interna.
“É uma via de pedestres concebida para incentivar o uso do espaço por quem vive na região. Convidados a adentrar na edificação, os visitantes encontrarão logo na entrada pela avenida Marechal Tito a biblioteca e, mais adiante, um auditório, com atividades e eventos abertos ao público”, conta Adriana Levisky, sócia e titular do escritório.
Ainda de acordo com a arquiteta e urbanista, uma das diretrizes buscadas foi manter ao máximo a vegetação preexistente. A massa arbórea no centro do terreno gerou a grande praça interna para a qual vários laboratórios e salas, cercados por vidros transparentes, estão voltados. Enquanto desenvolvem suas atividades, os estudantes podem usufruir da iluminação natural. Como uma vitrine, quem está fora enxerga o que acontece internamente e vice-versa.
Concepção, sistemas construtivos e distribuição dos espaços foram desenvolvidos para valorizar a flexibilidade de uso. Junto ao hall de elevadores, corredores largos se transformam em áreas de convivência compostas por lounges didáticos, onde é possível ministrar aulas em formatos descontraídos e fluidos.
A comunicação visual e a luminotecnia exercem papel fundamental para a ambientação dos espaços. Integrados à arquitetura, a linguagem de cores e pictogramas e os percursos luminosos facilitam a orientação do usuário na percepção dos ambientes. Os pavimentos são temáticos e cada modalidade de curso tem sua cor específica. Por exemplo: a gastronomia adota o vermelho, já a informática o amarelo, com seus respectivos mobiliários seguindo o mesmo tom de forma lúdica e sensorial.
Um dos desafios na composição volumétrica dos três blocos de edificações que compõem a unidade foi reduzir o ruído intenso proveniente da grande avenida paralela, com a implantação do bloco principal voltado para a mesma. A fachada é composta por uma caixilharia de vidros fixos com proteção acústica. Devido às proporções extensas, o bloco foi projetado com um grande átrio central coberto por uma cúpula de vidro laminado que filtra adequadamente os raios solares ao mesmo tempo em que ilumina o interior do prédio.
De modo estratégico e integrado, a composição em volumes dos três blocos está diretamente relacionada às atividades que serão ofertadas. O principal, mais alto, foi concebido para a realização da maioria dos cursos profissionalizantes. O central, com dois pavimentos, traz um auditório no pavimento térreo para 200 pessoas com entrada acessível a partir da praça interna e foi projetado para realização de cursos de editoração, rádio e televisão, no primeiro pavimento. Já o terceiro bloco, acolhe a ala administrativa, bem como os cursos de paisagismo, visagismo e moda, além dos pavimentos de garagem.
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