Por ser especializado em frutos do mar, este restaurante localizado em Natal (RN) tem uma temática náutica que foi trabalhada de forma peculiar em sua arquitetura. O escritório L. Maia Arquitetos criou uma extensa malha metálica que se assemelha a uma rede de pesca – leve e maleável – para envolver todo o volume exterior do projeto arquitetônico.
O NAU Frutos do Mar Natal está localizado no bairro Capim Maio, próximo à UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e ao turístico Parque das Dunas. Inaugurado em 2015, é o terceiro de quatro unidades espalhadas pelo Brasil.
“Desenvolvemos simultaneamente os projetos de arquitetura e de interiores do estabelecimento, pois acreditamos que, dessa forma, o resultado seria mais coerente e harmonioso, além de fortalecer a identidade proposta pelo restaurante”, comenta o arquiteto Leonardo Maia.
O NAU foi implantado num terreno de 6.000 m², cujo desnível acentuado permitiu que a nave central fosse posta em balanço sobre um espelho d’água, trazendo este elemento simbolicamente para o conjunto e valorizando o volume. Neste grande lote de três frentes, uma praça verde se mescla à área de estacionamento e faz a transição entre a rua e a edificação.
A nave central conta com um grande rasgo no teto, em formato de domus, que permite observar boa parte da “rede de pesca”. Essa malha metálica externa, que envolve todo o restaurante e em diversas partes perfura o teto, garante porosidade ao prédio e cria grandes poços de iluminação natural nas áreas internas do salão.
Segundo o arquiteto, o programa ganhou uma clara setorização espacial, organizada em quatro blocos principais: a entrada, um grande salão de mesas, outro para pequenos eventos e um para as áreas de serviço, como cozinha, câmaras frias, estocagem, lavagem e administração.
Para o projeto de interiores do restaurante, foram usados peças e materiais com temática marítima, como bases de mesa e pendentes feitos de canoas, luminárias desenvolvidas a partir de cordas náuticas, uma ampla adega em formato de container e escotilhas que substituem as janelas.
“No interior do NAU usamos tons de madeira, concreto aparente, peças decorativas em tons de azul, iluminação aconchegante e pontual, decoração com variedade rica de plantas e uma parede desenvolvida artesanalmente com conchinhas naturais escolhidas pessoalmente pela proprietária do restaurante”, complementa Maia.
A locação do edifício em uma cidade de clima tropical fez com que sua fachada e estrutura estivessem ligadas à direção dos ventos e aos percursos solares. Os volumes, perpendiculares entre si, foram posicionados de maneira a aumentar o número de superfícies para sudeste.
As fachadas mais expostas à incidência solar foram protegidas com planos mais espessos e recebem usos não permanentes. “O entorno do restaurante é composto majoritariamente por residências de um ou dois pavimentos, deixando-o mesclado ao gabarito da rua sem grandes impactos físicos”, conclui o arquiteto.
Restaurante Swadisht, por Fernanda Jung
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