Casa do Boi

Casa do vale

Texto: Nathalia Lopes

Encantados pela paisagem do entorno, um casal de empresários resolveu adquirir um lote em um condomínio em Goiânia. E para que a residência que estava por ser construída aproveitasse cada pedacinho dessa vista, eles procuraram o arquiteto Leo Romano, dono do escritório que leva seu nome, para projetar uma morada em que a separação do homem com a natureza fosse algo muito ténue. Assim nasceu a Casa do Boi.

“Eles pediram uma casa que tivesse um traço autoral, mas que se integrasse ao terreno sem agredir a natureza existente. Outro ponto importante era garantir certa privacidade em relação aos demais terrenos”, explica Leo sobre o início desse projeto.

Sendo assim, o arquiteto posicionou o programa de 477,33 m² no centro do terreno para que não houvesse contato direto com as casas ao redor. O programa é composto por três volumes retangulares que abrigam o hall de entrada (amarelo), térreo e andar superior, alguns unidos entre si por pergolados.

Um programa rodeado de inspiração

A residência foi batizada de Casa do Boi em razão do painel de azulejos criado pelo arquiteto. “O cliente queria algo exclusivo”, comenta Romano. Com referências a Athos Bulcão, pintor e artista brasileiro famoso por seu trabalho com azulejos – e com um desenho de um boi, que é marca do seu escritório, Leo criou uma paginação exclusiva para a fachada. “Todos ficaram satisfeitos com o resultado”, declara.

A fachada é formada pela sobreposição de dois volumes que abrigam o programa da residência. No inferior, estão as áreas sociais, de serviço e lazer da casa. “A planta se desenvolve livremente, contemplando os espaços de cozinha, salas e varanda, que se voltam para a piscina e o lago”, explica Leo. Já no volume superior estão os quartos.

O conceito de integração de espaços se une à usabilidade e liberdade. Os móveis brasileiros pontuam o ambiente, respeitando uma paleta amadeirada. A área social é marcada pelo tapete Aubusson.

“Na sala de estar, destaque para as poltronas Mole e Oscar de Sérgio Rodrigues, além das banquetas Costureiras de Lina Bo Bardi. A escada escultórica vermelha é de Jader Almeida. Na sala de jantar aparecem as cadeiras Pantosh, da Latoog Design junto com painéis do artista Pitágoras, que conferem cor ao ambiente. Na varanda, a peça principal é a poltrona Astúrias, de Carlos Mota”, apresenta o arquiteto. Por fim, as obras de arte são de artistas goianos de expressão.

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