Luciana Bernasconi e Mila Ricetti, arquitetas à frente do escritório lb+mr, tiveram o desafio de projetar a Casa LLP inspiradas no conceito de “casa pé na areia” – que conecta os moradores com a natureza – porém, em São Carlos, no interior de São Paulo (SP).
Estendida à paisagem local, a residência se desenvolve em dois pavimentos: subsolo e térreo. No primeiro, está o acesso principal, garagem, áreas de depósito e técnica, casas de máquinas e gás, cisterna e jardim.
Já no segundo fica todo o programa habitável, como salas de estar e jantar, área de serviços, despensa, cozinha, quatro suítes (sendo uma principal), home office, área gourmet, piscina com deck, sauna e lareira. Todos esses ambientes foram idealizados para a contemplação da natureza em diferentes momentos do dia a dia da família.
A área central foi dedicada aos espaços gourmet e social para atender as necessidades dos moradores. O desejo era que todo o espaço estivesse conectado com o exterior, através das portas de vidro e madeira que se recolhem atrás dos painéis ripados.
A amplitude dos ambientes definiu o objetivo da arquitetura: criar uma casa preparada para receber e valorizar o convívio dos moradores. Espaços amplos e comuns permearam todo o eixo principal da arquitetura, mas com o cuidado para não perder a sensação de acolhimento.
A morada foi construída a partir de elementos típicos de regiões litorâneas, como pedra, madeira e palha. Os profissionais do escritório buscaram usar elementos naturais e tradicionais da arquitetura brasileira, como a madeira freijó que está presente nas divisões e nos painéis ripados que abraçam os interiores das áreas comuns. Além disso, a madeira conferiu um toque de conforto, aconchego e simplicidade.
Na varanda, a palha de taboa foi a opção para o forro da pérgola de madeira cumaru, reforçando o estilo litorâneo buscado pelos moradores. Anexada a uma pira em desnível, atende o desejo por refúgio e enaltece o lazer a céu aberto.
Já as formas curvas da piscina fazem o contraponto geométrico com a arquitetura de linhas retas. Com borda infinita, revestida em pedra hijau, busca ser uniforme ao paisagismo em implantação e remete, sensorialmente, a um lago natural e particular.
Outro destaque na área de lazer é a sauna que está interligada com a suíte do casal e com a piscina por uma passagem submersa. Ela traz em evidência o objetivo do programa de integração que é praticidade e comodidade, sem perder o valor da vista ao horizonte. O espaço proporciona aos moradores um mergulho e um momento de relaxamento moldurado pelo pôr do sol.
Com linhas retas e minimalistas, a fachada é leve e oferece apenas um volume localizado sobre a garagem aberta à rua. O espaço foi revestido com pedras de cortes brutos e possui duas entradas (feitas por uma rampa de acesso lateral e por uma escada de madeira que liga a garagem ao living central da casa).
Já o terceiro acesso está implantado com o reaproveitamento de trilhos antigos extraídos de estradas ferroviárias desativadas e liga a área de lazer à rua que, em virtude da elevação do terreno, elimina o uso de separações para manter a privacidade.
Durante o projeto, as arquitetas encontraram a oportunidade de criar um telhado verde e estender o cronograma do paisagismo que, futuramente, pode ser transformado em um lounge totalmente aberto.
Por ser o ponto mais alto da casa é possível observar e apreciar as campinas do bioma paulista que norteiam a arquitetura criada pelo escritório. De modo geral, o projeto arquitetônico é definido como uma união de estilos, simplicidade e robustez, tradição e inovação.
O escritório explorou o conforto ambiental e térmico, criando grandes aberturas para a entrada da iluminação natural e contemplação da natureza sem perder privacidade – solução potencializada graças à topografia elevada do terreno.
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