Assinado por Laurent Troost Architectures, o Edifício Manga / Vila Santa Thereza, localizado em Manaus (AM), foi honrado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para representar o país na etapa internacional do 3º prêmio Oscar Niemeyer para arquitetura latino-americana.
Com foco em investimento, o cliente solicitou à equipe um projeto arquitetônico que fosse composto por 18 estúdios. Durante o briefing, definiram que o edifício comportaria apenas 12 apartamentos com tipologias variadas: três estúdios, três apartamentos t1 (com um dormitório), três apartamentos t2 (com dois dormitórios) e três apartamentos t3 (com três dormitórios). Assim, o empreendimento de 1.039 m² valorizou o contato social entre estudantes e solteiros com jovens casais e famílias.
A orientação leste-oeste do terreno – 12 m x 49 m – permitiu um aproveitamento longitudinal, garantindo que as moradias não ficassem expostas à incidência solar direta.
O desenvolvimento de dois blocos com dois apartamentos por andar considerou três fatores determinantes: o respeito às tipologias do bairro que valorizam a arborização; a valorização do vazio central para que um bloco faça sombra ao outro; e o respeito a preexistência de uma mangueira que, infelizmente, não resistiu aos transtornos da obra. Na fase final, os arquitetos decidiram plantar uma nova árvore da mesma espécie para enfatizar o conceito nominal do projeto.
O layout segue o mesmo estilo para todos os apartamentos. O programa inclui: a cozinha e a área de serviços que são totalmente integradas e conectadas com as salas de estar e jantar, permitindo máxima fluidez e interação entre os moradores.
Inseridos em dos pontos mais altos da cidade, todos os blocos têm vista panorâmica para a rua, bairros próximos e para o distante Rio Negro – símbolo da Amazônia. A contemplação do exterior é possível devido às janelas do piso ao teto que também permitem a entrada de iluminação e ventilação naturais para dentro dos ambientes.
Nas fachadas leste e oeste, que ficam mais expostas ao sol, foi instalada uma grelha metálica amarela que filtra a luz solar direta, criando um “halo solar” que harmoniza com a árvore mangueira. Além disso, o elemento diminui a incidência solar, minimizando a necessidade do uso de ar-condicionado dentro dos espaços.
Os arquitetos também priorizaram a orientação para os ventos predominantes da região. A largura reduzida dos blocos e o desenho das aberturas em cada fachada foram planejados para garantir a ventilação cruzada, mantendo assim o conforto térmico nos ambientes.
Todas as características que tornam o edifício sustentável são extremamente eficientes. A demanda por consumo energético de cada unidade habitacional é muito abaixo da média local. Ademais, as áreas comuns possuem iluminação por painéis fotovoltaicos instalados nas coberturas.
“O edifício Vila Santa Thereza tenta apresentar condições de sustentabilidade passiva e qualidades espaciais idênticas para todas as unidades num intuito de igualdade social”, conta Laurent Troost (arquiteto responsável pela obra).
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