Desenhada entre a Mata Atlântica e as agitadas águas do mar do litoral norte paulista, a Residência Z.C está localizada na Praia da Itamambuca, uma das mais fascinantes da cidade de Ubatuba. Palco de campeonatos de surf e adorada pelos amantes da natureza, a região atraiu o arquiteto e surfista Anderson Muniz, dono do escritório Klam Arquitetura, para o desenvolvimento do projeto arquitetônico.
“O projeto teve como princípio ambientes abertos, integrados e práticos, tudo pensado para uma casa de praia”, comenta Muniz. Ao conhecer sua localização, com a Mata Atlântica fazendo as vezes de jardim no quintal, o arquiteto optou por utilizar grandes panos de vidro para “separar” os ambientes interno e externo.
Graças ao programa integrado, a cozinha ficou junto à área externa, criando um ambiente único no pavimento térreo, desde o jardim até a sala de estar.
A continuidade do pavilhão só é interrompida por um tronco de Angico Preto de 10 metros de altura, envolto por fios de metal que sustentam degraus feitos com madeira garapa. A árvore foi encontrada por um morador da região caída na floresta atlântica e serviu de matéria-prima para o designer Hugo França – conhecido pelo seu trabalho com bens naturais – construir a “Escada Carvalho”, a segunda escada e maior peça interna.
Para ganhar velocidade na execução da obra, praticidade e facilidade na limpeza, a residência foi projetada em estrutura metálica com galvanização a quente. Além de otimizar a construção, as linhas horizontais, leves e aparentes da estrutura, somadas ao pé-direito duplo e outros elementos de inspiração modernista, deixaram a morada arrojada.
Para os 1.100 m² de construção, foram previstos materiais que facilitariam a atividade de uma casa de praia, tal como o piso de mármore serrado – que é antiderrapante e permite secagem rápida – em toda a área comum (térreo e banheiros). Os beirais do andar superior também foram estendidos com o intuito de permitir o máximo de aproveitamento da casa mesmo em dias chuvosos, que são recorrentes em Ubatuba.
Nos quartos e home theater, Anderson optou pelo piso de madeira de descarte taco palito. A textura amadeirada, dessa vez madeira cumaru, também aparece nos painéis e brises. Para proporcionar um casamento bonito com a madeira, foram utilizadas lâmpadas dimerizáveis – que permitem regulagem da intensidade do brilho.
Por fim, o arquiteto lembra que no subsolo há uma sala de máquinas e cisternas, onde são operadas a usina fotovoltaica, aquecimento solar e reúso de águas pluviais.
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