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Anexo Millan

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Abrigando um grande acervo de obras, cada espaço expositivo do Anexo Millan é uma galeria. Imagens: Pedro Vannucchi
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Arte onipresente

Texto: Nuri Farias

A parceria entre os arquitetos Sérgio Kipnis e Fernando Millan resultou em uma obra de arte arquitetônica na Rua Fradique Coutinho, no bairro nobre da Vila Madalena, em São Paulo. Segundo projeto desenvolvido pela dupla – o primeiro foi a Galeria Millan, localizada a 50 metros do novo espaço –, o Anexo Millan foi construído com a intenção de comportar um amplo acervo artístico.

A ideia da segunda galeria surgiu da preocupação de abrigar um acervo que a primeira já não comportava Sérgio Kipnis

O convite para traçar o projeto arquitetônico veio do amigo, filho e galerista, André Millan. “A ideia da segunda galeria surgiu da preocupação de abrigar um acervo que a primeira já não comportava”, comenta um dos autores, Sérgio Kipnis.

Programa reformulado

O prédio escolhido para acomodar o Anexo Millan era antigo e já havia passado por diversas reformas, apresentando um suporte delicado. Foi preciso demolir praticamente toda a sua estrutura para transformá-la. Foi assim que o programa inicial de construir somente uma área para o depósito das peças e obras de arte excedentes se modificou, tornando-se o planejamento de uma galeria própria.

“Conversamos sobre essa necessidade, não só de mais espaço para o acervo, mas de espaços alternativos e expositivos. Alternativos àquilo que eles já tinham no primeiro endereço”, expõe, ainda, o arquiteto.

A definição espacial assentou a divisão do layout em três zonas destinadas a exposições. Um espaço externo junto à calçada, que avança até o prédio, é contido pelas divisas laterais e pela própria fachada. O segundo, de formato mais regular e de pé-direito duplo, compreende o primeiro salão expositivo.

O primeiro salão interno é separado da área externa por um conjunto de portas com a altura do próprio ambiente, o que garante a integraçãoFoto: Pedro Vannucchi

“Essa segunda região é separada da área externa por um conjunto de portas com a altura do próprio ambiente. Isso condicionou uma integração entre a sala expositiva coberta com uma área externa interessante, porque o artista ou o próprio galerista pode escolher entre ter um recinto totalmente fechado ou aberto para quem passa pela rua”, esclarece Kipnis.

O terceiro espaço, outro salão expositivo interno, é remanescente do prédio original: trata-se de um galpão preservado da estrutura anterior, de 28 m lineares por 8 m de largura, com características diferentes do primeiro salão fechado.

Todos os espaços possuem características formais distintas, permitindo que os visitantes transitem entre um e outro ambiente, apreciando as exposições separadamente.

Um canto para o artista

O projeto do Anexo Millan possui uma novidade que está se tornando referência entre as galerias da atualidade: deixar que o artista se instale efetivamente no espaço por um período anterior à sua exposição, de modo que possa se dedicar à preparação do evento.

“Essa parte foi resolvida com um apartamento composto por uma suíte ampla no pavimento superior, permitindo que o artista possa trabalhar e viver um tempo dentro da galeria”, revela Kipnis sobre a iniciativa que ajudará, principalmente, aos artistas que não residem em São Paulo.

Projeto estrutural

O espaço expositivo precisa ter personalidade sem perder certa neutralidade, e oferecer recursos ao expositor. Para possibilitar o apoio às obras de arte que ficam penduradas, tanto no forro como nas paredes, o edifício acabou ganhando um reforço.

Como a galeria abrigará diversas exposições, com peças de tamanhos variáveis fixadas às paredes, o material escolhido precisou ser resistente e, ao mesmo tempo, de fácil reconstituição. “As paredes foram feitas em drywall reforçado. Antes do painel da placa de gesso, foi colocado um compensado de madeira 20 mm, que garante maior resistência para superfície”, esclarece Kpinis.

O Anexo Millan possui um sistema construtivo convencional, com colunas, vigas metálicas, cobertura de telha e isolamento térmico. “Mantivemos a estrutura original, com um telhado apoiado em alvenaria direta, mas criamos pórticos metálicos independentes, distribuídos com uma certa uniformidade ao longo do salão”, descreve o arquiteto.

Ambiente iluminado

A postura da geometria do espaço, a qualidade da luz natural e da luz artificial e a própria definição de materiais de acabamento são determinantes para a visualização de uma obra de arteFoto: Pedro Vannucchi

A composição de luz natural e artificial gera um ambiente vivo. A fachada principal conta com portas metálicas em toda a sua totalidade, complementada por uma caixilharia de vidro na parte superior. “O salão expositivo de pé-direito duplo tem dois lanternins na parte superior que permite a entrada de luz natural ao longo do dia”, cita o arquiteto.

O projeto luminotécnico do Anexo Millan, assinado por Gil Franco, conta com luzes artificiais que foram inseridas estrategicamente, de modo a iluminar de forma agradável e homogênea as paredes. “A iluminação está distribuída basicamente em dois tipos: lâmpadas florescentes instaladas em sancas no forro e spots dirigidos com lâmpadas LED”, relata Kipnis.

A arquitetura é um elemento definidor do momento da exposição, mas não deve competir com a obra de arte quando estiver exposta Sérgio Kipnis

Eficiência térmica

A opção por telhas metálicas para promover o conforto térmico foi preponderante. “Temos, em todos os ambientes, telhas que garantem um isolamento bastante eficiente. Depois, vêm as portas e as aberturas de uma maneira geral, que são de grandes dimensões. Há uma ventilação natural que ocorre ao longo de todo o prédio”, complementa o arquiteto.

Geometria expositiva

Kipnis avalia a geometria das áreas expositivas como o grande diferencial do anexo. Cada espaço expositivo constitui-se como uma galeria. “A arquitetura é um elemento definidor do momento da exposição, mas não deve competir com a obra de arte quando estiver exposta”, observa o arquiteto, concluindo: “A geometria do espaço, a qualidade da luz natural e da luz artificial e a própria definição de materiais de acabamento são determinantes para a visualização de uma obra de arte. Um pé-direito alto ou baixo são referências importantes nessa relação”.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2015
  • Conclusão da obra: 2016
  • Área do terreno: 400 m²
  • Área construída: 400 m²

Ficha Técnica

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