Num vasto terreno de 1.942 metros quadrados, no qual já existia uma casa projetada e executada pelo escritório Kali Arquitetura há dois anos, foi construído o Quiosque à Beira do Guaíba. Assinado pela mesma equipe de arquitetos, este projeto foi norteado pelo prazo apertado e pelo local de implantação pra lá de atraente – às margens do rio Guaíba, na Ilha dos Marinheiros, em Porto Alegre (RS).
“Ao unir o uso de materiais não convencionais – como o metal – ao design arrojado, conseguimos executar a construção em um prazo recorde de apenas 30 dias”, conta a arquiteta Lígia Piccini, fundadora do escritório.
A decisão por um design e material contemporâneos mudou a imagem que geralmente se tem de um quiosque – uma estrutura rústica, com elementos naturais. Ao unir o uso de materiais não convencionais – como o metal – ao design arrojado, conseguimos executar a construção em um prazo recorde de apenas 30 dias Lígia Piccini Com 65 metros quadrados, o Quiosque à Beira do Guaíba incorpora uma arquitetura moderna e integrada. O programa reúne cozinha/espaço gourmet e salas de jantar e estar, que também funciona como varanda à beira do deck da piscina. “É realmente uma extensão arquitetônica da morada”, explica Piccini.
A agilidade construtiva só foi possível a partir da escolha de uma estrutura metálica, cuja fabricação acontece fora do canteiro de obras. As peças pré-fabricadas precisam apenas ser encaixadas e emendadas, sem a necessidade de tempo para cura ou desforma, o que resulta em uma montagem rápida e simplificada, com redução do cronograma.
Além de fatores como o curto prazo de execução, a escolha da construção metálica seguiu outras diretrizes. Segundo a profissional, por estar às margens do rio, o Quiosque à Beira do Guaíba necessitava uma estrutura leve, que permitisse linhas esbeltas com fechamentos de vidro. Para conseguir isso, Lígia Piccini recorreu à aparente leveza do aço, proporcionada pela alta resistência mecânica do material, que viabiliza vãos maiores e design clean.
“Foi possível projetar o quiosque suspenso em relação ao corte natural do terreno. A solução ajudou a dar leveza ao partido, ao mesmo tempo que preserva a construção, pois evita que ele se sobressaia em relação à residência”. Por estar em uma zona próxima à margem do rio, as estacas de fundação foram reforçadas.
Ao optar por uma obra com aço, o escritório Kali Arquitetura também diminuiu o desperdício e contribuiu para a sustentabilidade, uma vez que a matéria-prima adquirida chega ao canteiro no tamanho exato e em quantidade precisa. Sem formas e escoramentos, é abolido o uso da madeira, que deixa de ser retirada da natureza e descartada. Aliado a tudo isso há o fato de o aço ser reciclável, podendo retornar aos fornos siderúrgicos após a vida útil da edificação e ser reutilizado para um novo fim.
As linhas minimalistas, os materiais puros – vidro e aço – e a intenção de traduzir leveza estão presentes não só no volume externo, mas também no projeto de interiores do Quiosque à Beira do Guaíba. As portas de correr permitem grande integração com o entorno e, consequentemente, a total contemplação da bela vista reforçada pelo paisagismo feito com palmeiras Lígia Piccini A única parede opaca comanda o layout e serve para o apoio de todos os equipamentos fixos. Nela, os usos foram separados pela diferenciação de cores e materiais. As tonalidades sóbrias predominam, mas o contraste entre o preto, cinza e o branco é recorrente.
No ambiente, a bancada em ilha tem apenas um apoio central, e o resto da estrutura em balanço. Para realçar o volume e trazer requinte, o projeto de iluminação nas sancas junto das esquadrias de vidro prioriza a luz indireta.
Além de se adaptar a uma área onde já existia uma residência familiar e uma área de lazer, com deck, piscina e trapiche, o Quiosque à Beira do Guaíba precisava tirar o máximo partido do entorno deslumbrante, aproveitando a permeabilidade do local. Afinal, trata-se de um lugar para descansar, receber amigos e contemplar a vista do formoso rio. O quiosque também está próximo a dois cartões-postais da cidade de Porto Alegre: o cais do porto e a usina do gasômetro.
Para integrar exterior a interior, a arquiteta Lígia Piccini projetou uma das arestas do prisma colada na divisa do terreno. Trata-se da única parede de alvenaria, ao fundo, que se transforma de acordo com as necessidades. Já as demais paredes divisórias são grandes panos de vidro móveis. “As portas de correr permitem grande integração com o entorno e, consequentemente, a total contemplação da bela vista reforçada pelo paisagismo feito com palmeiras”, conclui.
Escritório
Termos mais buscados